Covid-19. Vaticano suspende investigações a abusos sexuais no México

O Vaticano suspendeu as investigações aos casos de abusos sexuais por parte de elementos da Igreja Católica no México, devido à propagação do surto de Covid-19 em Itália e na Cidade do Vaticano, anunciou hoje a Conferência Episcopal mexicana.

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Lusa
06/03/2020 19:55 ‧ 06/03/2020 por Lusa

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De acordo com um comunicado divulgado pela Conferência Episcopal do México, citado pela Associated Press, o Vaticano suspendeu também todas as atividades no estrangeiro, após ter sido registado o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus no Estado do Vaticano.

Contudo, a Santa Sé não anunciou oficialmente quaisquer cessações das atividades.

O embaixador do Vaticano no México, o arcebispo Franco Cappola, anunciou esta semana que quatro bispos daquele país estão a ser investigados desde maio, por alegada ocultação e negligência em relação a casos de abusos sexuais.

Os dois principais investigadores da Santa Sé para crimes sexuais, o arcebispo Charles Scicuna e Jordi Bertomeu, tinham uma visita programada ao país entre 20 e 27 de março.

A visita dos dois investigadores incluía contactos com vítimas de abusos, bispos e líderes de várias ordens religiosas.

Charles Scicuna e Jordi Bertomeu são os responsáveis das investigações aos casos de abusos sexuais no Chile, em 2018, e que redigiram um relatório com 2.600 páginas e os testemunhos de mais de 60 vítimas.

A investigação levou o Papa Francisco a pedir perdão pelos crimes cometidos e a aprovar novas medidas para responsabilizar os agressores sexuais e elementos da Igreja Católica que encobriam os casos.

O México, país com maior número de católicos no mundo, tem vindo a acumular casos de abusos sexuais e encobrimento.

O número de pessoas infetadas pelo Covid-19 em todo o mundo ultrapassou os 100 mil, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP), com dados atualizados às 15:00 de hoje.

No total, a epidemia já infetou 100.002 pessoas, das quais 3.407 morreram, em 91 países.

Desde o último balanço divulgado pela AFP às 09:00 de hoje, foram registadas 1.879 novas contaminações e 22 mortes. Só no Irão, foram registados 1.234 novos casos e 17 mortes.

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, tinha 80.552 casos, incluindo 3.042 mortes.

Na lista dos países mais afetados surgiam, depois da China, a Coreia do Sul (6.284 casos, 42 mortes), Irão (4.747 casos, 124 mortes), Itália (3.858 casos, 148 mortes) e França (577 casos, nove mortes).

A Ásia registava, às 15:00 de hoje, um total de 88.388 casos (3.101 mortes), a Europa 6.284 casos (165 mortes), o Médio Oriente 4.993 (121 mortes), Estados Unidos e Canadá 194 casos (12 mortes), Oceânia 68 (2 mortes), África 41 pessoas infetadas e América Latina e Caribe 34 pessoas casos do novo coronavírus.

Este balanço da AFP foi elaborado com dados recolhidos junto das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Portugal tem 13 casos confirmados de Covid-19, quatro dos quais confirmados hoje pela ministra da Saúde, Marta Temido (três no norte do país e um em Lisboa).

A epidemia de Covid-19, detetado em dezembro, na cidade chinesa de Wuhan, província de Hubei, pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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