Covid-19: Regressaram 57 residentes de Macau retirados de Hubei

Mais de meia centena de residentes de Macau na província chinesa de Hubei, centro do surto do coronavírus, regressaram hoje, num voo fretado pelo Governo do território.

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Lusa
07/03/2020 13:53 ‧ 07/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

O avião da companhia Air Macau aterrou pelas 18h30 (10h30 em Lisboa) com 57 residentes a bordo que foram levados de imediato, em três autocarros especiais, para o centro clínico de saúde pública do alto de Coloane, onde vão ficar em quarentena durante 14 dias.

Os serviços alfandegários da província de Hubei recusaram a saída de uma pessoa que, na medição da temperatura, registou 37,5º, acima do limite de 37,3º determinado pelas autoridades chinesas.

Na sexta-feira, as autoridades de Macau tinham indicado que 59 residentes tinham condições para se deslocarem até ao aeroporto de Wuhan e, caso não apresentassem sintomas, como febre e tosse, regressar ao território.

"Cinquenta e sete passaram todas as inspeções de saúde, à exceção de um rapaz de 16 anos que, nas primeiras medições apresentava uma temperatura inferior a 37,3º C, o limite para autorizar a saída, mas depois nas medições seguintes a temperatura não baixou", disse o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, na conferência de imprensa realizada após a chegada do voo.

Lei Chin Ion disse que o adolescente também fez análises ao sangue e ao ácido nucleico, mas os resultados ainda não estão prontos. O rapaz foi levado ao aeroporto de Wuhan pelo tio e não houve contacto próximo com os restantes residentes retirados de Hubei, explicou.

As autoridades de Hubei vai acompanhar o adolescente, incluindo na realização de mais testes médicos, disse a diretora dos Serviços de Turismo de Macau.

Helena Senna Fernandes salientou que, apesar do contacto estreito das autoridades do território com os residentes em Hubei, não é possível fazer avaliações físicas ou pessoais. Ainda estão 119 residentes de Macau em Hubei, acrescentou.

O secretário para a Administração e Justiça afirmou que o principal objetivo desta operação era retirar os residentes idosos ou crianças.

"O voo fretado foi concluído com êxito, ainda precisamos fazer uma revisão sobre a execução desta operação e para isso precisamos de algum tempo", afirmou André Cheong, em relação à possibilidade de fretar um segundo avião para retirar os residentes ainda em Hubei.

Por outro lado, o responsável explicou que agora "só é possível enviar aviões para o aeroporto de Wuhan, mas os residentes estão muito espalhados pela província".

"Temos que verificar se reunimos condições ou não para uma segunda operação, e ainda temos que comunicar com as autoridades de Hubei, por isso não podemos dar uma data para a próxima operação", afirmou.

Sobre o custo da operação, o secretário salientou que esta era "uma responsabilidade do Governo" e por isso não "se vai pensar muito nos custos".

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, sublinhou que o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, felicitou os funcionários dos Serviços de Turismo e o pessoal dos Serviços de Saúde, bem como a tripulação "por terem aceitado este desafio e por terem concluído esta operação com êxito".

O aparelho, um Airbus A-321, vai ser desinfetado e ficar sem voar pelo menos durante sete dias.

Há 32 dias sem novos casos de infeção, Macau registou dez doentes, tendo todos já recebido alta hospitalar.

A epidemia de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou cerca de 3.600 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em 92 países e territórios, incluindo 13 em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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