As agências internacionais precisaram hoje que a rede foi desmantelada após a realização de buscas, na terça-feira, nas instalações de 30 empresas localizadas em vários municípios dos arredores de Bari, no sul de Itália.
Durante as buscas, a polícia apreendeu máscaras de proteção, frascos de gel desinfetante e toalhetes no valor de cerca de 220 mil euros, anunciou o Ministério Público italiano, numa nota informativa divulgada na terça-feira e hoje citada pelas agências internacionais.
"Esta rede tinha como objetivo especular sobre a situação de emergência ligada à epidemia de coronavírus", que já infetou mais de 10 mil pessoas em Itália, indicou a mesma fonte.
O número de mortes associadas ao Covid-19 (nome atribuído pela Organização Mundial Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus) em Itália já ultrapassou, até à data, as 600.
Os responsáveis pelas empresas investigadas, que eram especializadas no comércio grossista e retalhista de produtos de cosmética e de higiene, são cidadãos italianos e chineses, informou o Ministério Público italiano.
Segundo os investigadores envolvidos na operação, algumas farmácias estavam a vender as máscaras de proteção com uma margem de lucro até 6.000%.
Depois de terem comprado as máscaras em granel, as farmácias "reembalavam os produtos em saquetas individuais transparentes", relatou ainda o Ministério Público italiano.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos e cerca de 120 mil pessoas infetadas em cerca de uma centena de países.
Mais de 63 mil pessoas recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China e o Governo italiano decidiu na segunda-feira alargar a quarentena, imposta inicialmente no norte do país, a todo o território italiano.
Portugal regista 59 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).