"Ontem [terça-feira] deu-me positivo o teste do Covid-19, por isso vou continuar em casa os dias que me indiquem os meus colegas. Estou perfeitamente bem, sem febre ou outros sintomas", anunciou Ana Pastora, de 62 anos e médica de profissão, em duas mensagens publicadas na sua conta da rede social Twitter.
Este é o terceiro caso de um membro da câmara baixa do parlamento espanhol, o Congresso dos Deputados, que está infetado com o novo coronavírus, depois dos casos de Javier Ortega Smith e Carlos Zambrano, do Vox (extrema-direita).
Entretanto, o PP (direita) enviou uma circular a todos os seus trabalhadores, onde instaura o "teletrabalho voluntário" para os próximos 15 dias.
Depois de saber na terça-feira que Ortega Smith tinha contraído o coronavírus, o Vox decidiu que os seus 52 deputados (o terceiro maior grupo político) ficariam de quarentena em casa e não iriam participar nas sessões do Congresso.
Perante esta situação, a Presidente do Congresso dos Deputados, Meritxell Batet, anunciou, no mesmo dia, a suspensão da sessão plenária e de todas as comissões previstas para esta semana, exceto a comparência do Ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa.
Espanha registou até hoje a meio do dia 47 mortos provocados pelo novo coronavírus (mais 11) e 2.002 pessoas estão infetadas (mais 363), a maior parte na região de Madrid, segundo a atualização dos números feita pelo Ministério da Saúde espanhol.
Segundo os dados divulgados, dos 2002 casos positivos, cerca de 50% concentram-se em Madrid, e cerca de 78% nas quatro comunidades autónomas mais atingidas: Madrid, País Basco, La Rioja e Catalunha.
Por outro lado, 31 das 47 pessoas falecidas com a epidemia, ou seja cerca de 66%, morreram em Madrid, a região para onde são levados muitos dos acasos mais graves.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.300 mortos em 28 países e territórios.
O número de infetados ultrapassou as 120 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.
Face ao avanço da epidemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 10.000 infetados e pelo menos 631 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.