O "estado de alarme" substitui a "emergência preventiva" declarada por Nicolás Maduro na noite de quinta-feira.
"Estou a assinar o decreto constitucional de estado de alarme para tomar decisões drásticas que protejam a Venezuela desta pandemia, para enfrentar e combater esta pandemia mundial", disse.
Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, acompanhado por vários membros do seu gabinete e do alto comando militar, durante uma videoconferência com os governadores dos estados.
"O coronavírus não estava na Venezuela, está a chegar do estrangeiro, por isso suspendemos todos os voos da Europa, e já está aqui. Estou avaliando seriamente tomar decisões drásticas de suspensão de todas as atividades laborais por regiões, a nível de defensa nacional", afirmou.
Nicolás Maduro recordou que foram suspensas as aulas a nível nacional e a todos os níveis. Por outro lado, foram restringidas as atividades em lugares públicos, devido à "quarentena coletiva social". Maduro explicou ainda que os restaurantes do país poderão apenas facilitar comida para levar.
"O epicentro passou da China para a Europa, a crise em Europa é alarmante", disse Nicolás Maduro, precisando que acompanha com atenção a imprensa dos Estados Unidos, espanhola e portuguesa.
"Nenhum país, como diz a Organização Mundial da Saúde, está suficientemente preparado para enfrentar esta pandemia. Acordemos, não pensemos que isto é mais uma crise. Estamos declarados em emergência, zero preguiça, é hora de sacrifício e disciplina durante as 24 horas do dia", disse Nicolás Maduro, sublinhando que no seu Governo "ninguém dormirá".
Por outro lado, explicou que vão ser distribuídos oito milhões de máscaras, quantidade que admitiu ser insuficiente. Por isso pediu aos venezuelanos que sejam eles próprios a criar máscaras, com recurso a lenços, exemplificou, seguindo vídeos que circulam na Internet.
O chefe de Estado pediu às autoridades que atuem sobre os especuladores, que querem roubar o povo, disse, através da venda de álcool e de máscaras a preços injustificados.
Nicolás Maduro anunciou também que nenhuma pessoa poderá usar o metropolitano e o sistema ferroviário sem usar uma máscara.
As autoridades venezuelanas confirmaram sexta-feira os primeiros dois casos de pacientes infetados pelo novo coronavírus.
"Na madrugada de hoje confirmaram-se, através de provas devidamente certificadas pela Organização Mundial da Saúde, dois casos de coronavírus no país", anunciou a vice-Presidente da Venezuela.
Delcy Rodríguez falava no final do Conselho de Ministros, numa intervenção transmitido pela televisão estatal.
Trata-se de dois cidadãos venezuelanos, uma mulher de 41 anos que esteve recentemente de viagem pelos Estados Unidos, Itália e Espanha, e um homem de 52 anos, que esteve em Espanha.
"Os dois casos estão localizados no estado de Miranda (leste de Caracas)", frisou.
Segundo o Presidente da Venezuela foram descartados mais de 80 casos de pessoas suspeitas de estarem infetadas com o coronavírus.
As autoridades estão a apelar às pessoas com mais de 65 anos para que permaneçam em casa, saindo apenas de forma excecional.
O Governo venezuelano solicitou aos passageiros dos voos de Ibéria (Madrid -- Caracas) dos dias 05 e 06 de março que se isolem para prevenir novos contágios, bem como às pessoas que tiveram contacto com os casos identificados.
Nicolás Maduro declarou quinta-feira a emergência preventiva contra o coronavírus no país e ordenou a suspensão, a partir de domingo, dos voos provenientes da Europa, Colômbia e Panamá durante 30 dias.
Como parte das medidas estão também restringidas as viagens de pessoas provenientes do Irão, Japão e Coreia do Sul.
As autoridades venezuelanas estão a avaliar o encerramento das fronteiras com o Brasil e a Colômbia, onde também já se registaram casos do novo coronavírus.