"Tivemos discussões intensas com a Alemanha e a França sobre as suas medidas restritivas. Congratulo-me com o fato de que agora [estes dois países] vão permitir a exportação de equipamentos de proteção [nomeadamente de máscaras], o que garante a cooperação e solidariedade europeias", disse o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton.
O comissário europeu referiu também que as empresas do setor já o informaram de que a entrega de pedidos para Itália foi desbloqueada e que o Governo do país também lhe confirmou a notícia.
"Estou satisfeito que o Governo alemão tenha anunciado que enviará um milhão de máscaras para a Itália", prosseguiu o político francês, enfatizando o facto de ir "acompanhar de perto" o fornecimento do material ao país.
Breton disse também que Bruxelas está igualmente a tratar de resolver outras proibições e restrições de exportação aplicadas por outros países da União Europeia (UE).
O comissário garantiu ainda que a Comissão Europeia está a procurar garantir que os cidadãos e todo o pessoal de saúde tenham acesso a máscaras e a outros equipamentos de proteção, dispositivos médicos e produtos farmacêuticos.
"Os nossos esforços já estão a dar resultados", frisou Breton.
O ministro italiano do Desenvolvimento Económico, Stefano Patuanelli, por sua vez, afirmou hoje que a libertação, pela Alemanha e pela França, da exportação de máscaras e de outros produtos de proteção individual é "um sinal de bom senso e solidariedade europeia que faz parte da colaboração leal entre os Estados-membros da UE, especialmente em situações de emergência", como a atual.
Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia dito que os governos da França e da Alemanha estavam prontos para alterar as restrições impostas à exportação de equipamentos médicos, para que estes pudessem chegar aos centros de saúde e pessoal médico.
Ursula von der Leyen disse ainda que tinha entrado em contacto com os Governos alemão e francês e de outros países e que lhe tinham transmitido que estavam "prontos para ajustar as suas medidas nacionais", conforme foi pedido pela Comissão Europeia.
"O mercado único deve continuar a funcionar. Não é bom que os Estados-membros tomem medidas unilaterais porque causam um efeito cascata e impedem que materiais necessários e urgentes cheguem aos hospitais, doentes e às equipas médicas", salientou von der Leyen.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 154 mil pessoas, com casos registados em 139 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados.