O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, começou o seu briefing desta segunda-feira a agradecer a todos os que têm contribuído para o fundo de solidariedade para o combate à Covid-19 - lançado esta sexta-feira e que já angariou quase 17 milhões de euros.
Comovido com os momentos de solidariedade que têm sido divulgados nas redes sociais - como as imagens de vários italianos a cantar músicas das varandas de suas casas -, o responsável pela OMS salientou que "esta é uma doença séria" e que, apesar de as evidências apontarem que as pessoas mais velhas enfrentam um maior risco, recorda que "jovens e crianças já morreram".
"Like me, I’m sure you have been touched by the videos of people applauding #healthworkers from their balconies, or the stories of people offering to do grocery shopping for older people in their community"-@DrTedros #COVID19 #coronavirus https://t.co/KGpkz6i4VN
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 16, 2020
A OMS apoia a rápida adoção das medidas de distanciamento social, como o encerramento de escolas e cancelamento de grandes eventos, que os países têm tomado, mas lamenta "não ver um aumento na realização de testes, isolamento e rastreio de contacto", o que deveria ser a principal resposta.
A lavagem de mãos e o facto de tossir para o cotovelo podem reduzir o risco de contágio, mas não é o suficiente para vencer a pandemia. Portanto, a mensagem para todos os países é simples: "Testem todos os casos suspeitos", apelou Tedros, recordando que não é possível vencer esta crise, se não se souber quem está infetado.
"Todos os dias estão a ser produzidos mais testes para responder à necessidade global. A Organização Mundial de Saúde já enviou cerca de 1,5 milhões de testes para 120 países", garantiu, salientando que a melhor forma de travar a propagação é acabar com as cadeias de transmissão.
"Pessoas infetadas com a Covid-19 podem infetar os outros, mesmo que deixem de se sentir doentes. Portanto, as medidas de prevenção e contenção têm de continuar até duas semanas após os efeitos desaparecerem", alertou.
Esta "é a grande crise global de saúde dos nossos tempos", declarou Tedros, assumindo que os próximos tempos serão "um teste à capacidade de resolução, de confiança na ciência e de solidariedade".
"Crises como esta tendem a trazer ao de cima o melhor e o pior da humanidade."
A OMS aconselhou a que todos os casos confirmados com o novo coronavírus - mesmo os que apresentam sintomas leves - sejam isolados em hospitais. No entanto, reconhece que "muitos países já esgotaram a sua capacidade" para albergar todos os casos.
Nos casos confirmados, que apresentem sintomas leves, é recomendado que o paciente durma num quarto isolado e utilize uma casa de banho individual, uma vez que pode colocar todos os restantes habitantes da residência em risco.
OMS preocupada que vírus chegue a países mais pobres
Uma das grandes preocupações da Organização Mundial de Saúde é que o vírus atinja países economicamente desfavoráveis.
"Estamos a pedir a todos os países e indivíduos que façam tudo ao seu alcance para travar a transmissão. Até agora temos visto epidemias em países com um sistema de saúde avançado, mas até esses têm tido dificuldades", frisa.
Media briefing on #COVID19 with @DrTedros. #coronavirus https://t.co/VkQTd7Lud8
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 16, 2020