O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que sabe que os vários países estão a lidar com a pandemia ligada à Covid-19 "em diferentes níveis", mas que tem falado com diversos chefes de Estado, responsáveis de saúde, diretores de hospitais, líderes industriais, CEO's, para os "ajudar a preparar e a estabelecer prioridades".
"Não assuma que a sua comunidade não vai ser afetada. Prepara-se como se fosse. Não assuma que não vai ser infetado. Prepare-se como se fosse", pediu Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta quarta-feira, numa videoconferência a partir de Genebra (Suíça), indicando, porém, que "existe esperança".
"Há muitas coisas que todos os países podem fazer. Medidas de distânciamento físico, como cancelar eventos desportivos, concertos e outros ajuntamentos podem: ajudar a desacelerar a transmissão do coronavírus; reduzir a pressão sobre o sistema de saúde; ajudar a tornar as epidemias controláveis, permitindo medidas adequadas", indicou.
Para poder "controlar e suprimir uma epidemia, os países têm que isolar, testar, tratar e encontrar ligações", afiançou. Se assim não for, "as cadeias de transmissão podem continuar em níveis mais baixos e depois ressurgir assim que são levantadas as medidas de distanciamento físico".
"But to suppress and control epidemics, countries must isolate, test, treat and trace.If they don’t, transmission chains can continue at a low level, then resurge once physical distancing measures are lifted"-@DrTedros #COVID19 #coronavirus
— World Health Organization (WHO) (@WHO) March 18, 2020
A OMS diz ainda ter consciência de que "há países a atravessar epidemias intensas com transmissões comunitárias em larga escala" e que entendem o nível de esforço que é requerido para travar a propagação. "Mas pode ser feito", acrescenta o responsável.
"Este coronavírus representa uma ameaça sem precedentes. Mas também é uma ocasião sem precedentes para unirmo-nos contra um inimigo comum, um inimigo da Humanidade", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 8.000 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ronda as 208 mil pessoas, com casos registados em cerca de 150 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 642 casos confirmados e duas mortes. Do total de infetados a nível global, mais de 82 mil recuperaram.