A informação da abertura da investigação, que visa determinar se foi ou não cometido algum delito no tratamento dos idosos, que morreram devido à pandemia de Covid-19 depois de serem infetados enquanto se encontravam no lar de idosos o Monte Hermoso, em Madrid, foi hoje avançada por fontes ligadas ao ministério público da província de Madrid, noticiou a agência noticiosa espanhola EFE.
A EFE teve acesso à denúncia apresentada pelo Provedor do Paciente, Jesus Caballero Klink, que pedia à procuradoria provincial de Madrid para determinar as causas que levaram à "morte de, pelo menos, 17 idosos e à infeção de 70", qualificando a situação como "insólita" e apontando para a existência de "falta de segurança extrema, de limpeza, de pessoal e de meios".
Na sequência da morte destes idosos, a Comunidade de Madrid anunciou que vai passar a analisar diariamente a situação nos lares de terceira idade públicos ou privados e exigir aos próprios centros que facilitem a comunicação entre residentes e famílias, por telefone, eletronicamente ou através de uma terceira pessoa, nos casos em que não for possível o contacto direto.
A Comunidade de Madrid anunciou esta medida hoje, depois de familiares dos utentes do lar O Monte Hermoso se terem queixado da falta de informação sobre o estado dos seus mais próximos e de terem sido divulgados novos casos de Covid-19 em residências de outras regiões de Espanha.
O Centro de Controlo de Qualidade e Inspeção da secretaria de Políticas Sociais da Comunidade de Madrid passará assim a realizar uma análise diária à situação de cada lar residencial, público ou privado, enquanto a Direção-geral de Atenção ao Idoso informou os lares da necessidade de assegurarem a comunicação direta entre utentes e famílias ou indicar uma pessoa para fazer a interlocução entre as partes.
O objetivo da medida é, segundo as autoridades regionais de Madrid, garantir contactos e informação sobre o estado dos utentes, num período em que as visitas aos lares estão proibidas no âmbito das medidas de contenção da pandemia de Covid-19, impostas pelo Estado de alerta que foi decretado pelo Governo de Espanha.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram, mas há também registados 82.500 casos que recuperaram da doença.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.601 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.350 casos), a Espanha, com 558 mortes (13.716 casos) e a França com 175 mortes (7.730 casos).
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.