Angela Merkel: Covid-19 é "o maior desafio desde a II Guerra Mundial"

Angela Merkel fez esta quarta-feira, pela primeira vez desde que é chanceler, uma comunicação ao país pela televisão.

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© Michael Kappeler/Pool via Reuters

Anabela Sousa Dantas com Lusa
18/03/2020 18:46 ‧ 18/03/2020 por Anabela Sousa Dantas com Lusa

Mundo

Coronavírus

A chanceler alemã descreveu a pandemia do novo coronavírus como "o maior desafio desde a Segunda Guerra Mundial", numa comunicação ao país onde apelou aos cidadãos para que respeitem as medidas de distanciamento social e para que se protejam uns aos outros.

"Desde a reunificação da Alemanha, não, desde a Segunda Guerra Mundial que não há tal desafio ao nosso país que requeira ação de conjunta solidariedade", disse Angela Merkel numa comunicação aos alemães feita através da televisão. A primeira nos seus 14 anos como chanceler (excetuando as mensagens de Ano Novo).

"Isto é sério, portanto levem-no a sério", acrescentou a governante, apelando aos cidadãos para que cumpram as regras e as restrições impostas no país, frisando que tudo o que possa ser um risco deve ser reduzido ou mesmo evitado.

Angela Merkel também deixou nota para as empresas, garantindo que o governo trabalhará para minimizar o impacto económico da pandemia. "Podemos e usaremos o que for preciso para ajudar os nossos empresários e os trabalhadores neste difícil teste", assegurou.

A líder do executivo alemão tentou também tranquilizar os cidadãos a respeito das preocupações com a escassez de alimentos, revelando que não vão faltar nos supermercados. "Armazenar faz sentido, mas com moderação", indicou, explicando que "açambarcar como se não houvesse mais nada é insensato".

Depois de várias reuniões, Angela Merkel anunciou na passada segunda-feira um novo pacote de medidas, que se juntam ao encerramento das escolas e jardins-de-infância de todo o país, pelo menos até 19 de abril.

"Estas são medidas que nunca tivemos neste país, que são graves, mas são necessárias nesta altura para reduzir o número de contactos e, portanto, o número de infeções", declarou na altura a chanceler alemã em conferência de imprensa.

O governo de Berlim quer que todos os bares, discotecas, cervejarias e pubs estejam de portas fechadas, assim como teatros, óperas, salas de concerto, museus, feiras, exposições, cinemas, parques de lazer e de animais.

"A regra é que as capacidades de acomodação na Alemanha só podem ser usadas para estadias noturnas necessárias e não para fins turísticos", acrescentou Merkel aos jornalistas, adiantando que os restaurantes do país só podem estar abertos até às 6 da tarde e respeitando o espaço de 1,5 metro entre cada mesa.

De acordo com os dados oficiais fornecidos pelo Instituto Robert Koch, entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças, há 8,198 casos de Covid-19 na Alemanha e 12 mortes registadas.

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