"As medidas restritivas estão a funcionar e é óbvio que, quando atingirmos o pico do contágio, espero que daqui a uns dias, não poderemos regressar à vida de antes imediatamente", disse o governante, em declarações ao jornal Il Corriere della Sera.
Conte, que acredita que o sistema foi "impedido de entrar em colapso" com as medidas restritivas impostas, anunciou que as restrições serão estendidas para impedir a disseminação da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, que já infetou 35.713 pessoas e matou 2.978 no país, de acordo com o balanço mais recente.
"No momento, não é razoável dizer mais, mas é claro que as medidas que adotamos, como o encerramento de muitas atividades comerciais e individuais no país, bem como as que afetam a escola, não terão escolha a não ser estendê-las", afirmou.
O governo italiano fechou todas as lojas não essenciais em Itália até 25 de março e estabeleceu restrições sociais e de circulação e suspendeu as aulas até 03 de abril.
O primeiro-ministro pediu para todos respeitarem essas disposições, evitando sair de casa e mantendo o confinamento, e descartou, "por enquanto, outras medidas restritivas de larga escala".
Conte avisou ainda que vai agir se as pessoas violarem o isolamento e saírem de casa: "Uma coisa é praticar desporto e outra é tornar o espaço público um ponto de encontro. É inadmissível", disse.
O governante descreveu as suas ações em quatro princípios: transparência, rigor máximo, "sem subestimar nada", sucesso nas medidas e "proporcionalidade".
"Sem proporcionalidade, os italianos, acostumados ao grande individualismo e às liberdades civis, não teriam suportado isto, já que não estamos na China nem vivemos num estado centralizado", afirmou.
Por outro lado, o primeiro-ministro italiano diz que está a trabalhar num novo decreto para desbloquear fundos em investimentos públicos e numa mudança legislativa que permite ao governo paralisar os investimentos estrangeiros se eles afetarem empresas estratégicas no país.
Em todo o mundo, o novo coronavírus já infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.