"A maior parte dos países da região, incluindo aqueles que têm uma fronteira direta com o nosso país, reportaram os primeiros casos da doença. Isso coloca-nos numa situação de risco eminente e de grande preocupação", afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação a partir da Presidência da República.
Para o Presidente moçambicano, a doença é uma forte ameaça à economia global e à de Moçambique, o que justifica o reforço das medidas de prevenção para evitar uma eventual pressão sobre o sistema de saúde do país.
"A Covid-19 não respeita fronteiras", avançou o chefe de Estado moçambicano, acrescentando que, apesar de o país não ter registado nenhum caso, trata-se de uma pandemia que ameaça todos e a prevenção atempada é fundamental.
Na mesma ocasião, o Presidente anunciou a suspensão "da emissão de vistos de entrada em Moçambique" e o cancelamento de "todos os já emitidos".
Filipe Nyusi anunciou ainda "o encerramento de todas as escolas públicas e privadas, do ensino pré-escolar ao ensino superior" a partir de dia 23.
Entre outras medidas divulgadas conta-se também a suspensão de todos os eventos sociais "com mais de 50 pessoas" e o alargamento de quarentena domiciliária a todos os viajantes, não apenas daqueles oriundos de países com infeções ativas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.
A Espanha regista 1.002 mortes (19.980 casos) e a França 264 mortes (9.134 casos).
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis.
A China, por sua vez, informou não ter registado novas infeções locais pelo segundo dia consecutivo, embora o número de casos importados tenha continuado a aumentar, com 39 infeções oriundas do exterior.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infeções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.