Itália encerra todas as atividades produtivas não essenciais

O Governo de Itália decidiu encerrar, temporariamente, todas as atividades produtivas, exceto as que são essenciais para os cidadãos, numa tentativa de conter a propagação do novo coronavírus, que já provocou mais de 4.800 mortes no país.

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Lusa
21/03/2020 23:33 ‧ 21/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, afirmou hoje, numa conferência de imprensa transmitida em direto na rede social Facebook, que esta é uma "decisão difícil", mas "necessária", para "enfrentar a fase mais aguda" desta pandemia, que já fez de Itália o país com o maior número de mortos no mundo.

O Governo decidiu encerrar todas as "atividades de produção, em todo o território, que não sejam estritamente necessárias, cruciais e essenciais para garantir bens e serviços essenciais", referiu.

A região italiana da Lombardia, a mais afetada pela pandemia da covid-19, endureceu hoje as medidas restritivas para conter o surto, decretando a proibição de fazer desporto e multas até 5.000 euros para reuniões em lugares públicos.

O decreto entra em vigor a partir de domingo e vigora até 15 de abril, explicou a região do Norte de Itália na sua página da Internet.

O documento suspende as atividades artesanais, dos escritórios públicos e empresas profissionais, bem como os mercados semanais, menos as relacionadas com serviços essenciais, urgentes ou de utilidade pública, impede a utilização das máquinas de venda automática e interrompe as obras em curso, exceto as hospitalares e rodoviárias.

Todas as unidades de alojamento serão igualmente encerradas e os clientes deverão abandoná-las nas primeiras 72 horas após o decreto entrar em vigor, ficando de fora apenas os alojamentos relacionados com a gestão de emergências.

De acordo com o novo decreto, os profissionais de saúde terão direito a acompanhamento clínico antes do início do respetivo turno de trabalho.

A região aconselha também a população a manter um metro de distância em todos os momentos, como em transportes públicos, supermercados, farmácias e hospitais, recomendando que se facilitem medidores de temperatura corporal.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 290 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.700 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.825 mortos (mais 793 do que na sexta-feira) em 53.578 casos (mais 6.557, um recorde em 24 horas). Segundo as autoridades italianas, 6.062 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.008 casos, tendo sido registados 3.255 mortes e 71.740 pessoas curadas.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são o Irão, com 1.556 mortes num total de 20.610 casos, a Espanha, com 1.236 mortes (24.926 casos), a França, com 562 mortes (14.459 casos), e os Estados Unidos, com 260 mortes (19.624 casos).

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

 

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