Covid-19: Quarentena em França é "indispensável" até final de abril

O conselho científico que aconselha o Presidente francês afirmou hoje que a continuação da quarentena devido à pandemia de covid-19 "é indispensável" até 28 de abril, enquanto o ministro da Saúde disse tratar-se apenas de "uma estimativa".

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Lusa
24/03/2020 19:15 ‧ 24/03/2020 por Lusa

Mundo

Pandemia

"O conselho científico deu uma estimativa [...] e disse que é preciso preparar uma quarentena mais dura, para além das duas semanas que anunciámos, e que, talvez, possa durar cinco ou seis semanas. Mas peço prudência", declarou o ministro da Saúde, Olivier Véran à saída do Eliseu, em Paris, em declarações aos jornalistas, esta tarde.

O Presidente francês, Emmanuel Mácron, e alguns membros do Governo reuniram-se esta manhã com o conselho científico, que integra especialistas em epidemiologia e outros ramos da medicina ligados à propagação de vírus.

Segundo um documento divulgado, os membros do conselho científico estão de acordo para a continuação da quarentena até 28 de abril.

"O confinamento vai durar previsivelmente, pelo menos, seis semanas a partir da sua instituição [16 de março]. (...) Consideramos indispensável este prolongamento", escreveu este organismo nas suas conclusões públicas.

Sem dar uma resposta concreta sobre o período da quarentena, o ministro Olivier Véran indicou que esta terminará quando os hospitais se começarem a esvaziar e que pode acontecer em diferentes momentos, dependendo da região, já que algumas regiões em França têm focos importantes de contaminação.

O conselho considera também que as medidas de quarentena devem ser "mais duras", com menos pessoas a deslocarem-se para trabalhar e menos saídas autorizadas, algo que tem vindo a ser reclamado por diversos sindicatos médicos nos últimos dias.

Entretanto, a França anunciou a criação do Comité de Análise, Pesquisa e Perícia, que vai coordenar a pesquisa nacional para encontrar um tratamento para a covid-19.

Este comité é liderado por Françoise Barré-Sinoussi, virologista que participou na identificação do VIH e recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 2008.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

 

 

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