O Boko Haram lançou uma ofensiva na segunda-feira contra um acampamento do exército chadiano na zona semi-insular de Boma, situada na província do Lago Chade (oeste), que faz fronteira com a Nigéria, a 100 quilómetros da capital regional de Bol.
"Foi ali, naquela ilha maldita, onde perdemos 92 dos nossos soldados, sargentos e oficiais", afirmou Déby numa mensagem dirigida à nação, sem indicar o número de baixas entre os jihadistas.
Os soldados do exército feridos nos combates foram transferidos para Ndjamena, a capital deste país centro-africano, e foram colocados em cuidados intensivos, de acordo com o Chefe de Estado, que visitou hoje a zona de Boma para se inteirar presencialmente da situação.
Déby sublinhou que esta "é a primeira vez" que um ataque do Boko Haram no país provocou a "perda de tantos homens".
Na véspera, fontes militares haviam declarado, numa primeira estimativa, que pelo menos 40 pessoas tinham morrido no atentado do grupo Boko Haram.
Na altura, fontes militares, citadas pela agência espanhola Efe, disseram que entre os mortos estavam 26 elementos do grupo 'jihadista', nove soldados e cinco civis.
Desde o início de 2020 que o Boko Haram intensificou os ataques contra as forças de segurança chadianas. No sábado, um ataque semelhante provocou 16 mortos do grupo 'jihadista' e cinco do Exército do Chade.
Este grupo começou os ataques contra o Chade em 2015, mas também é responsável por atentados nos Camarões, Níger e Nigéria, de onde é originário.
O Boko Haram foi criado em 2002, em Maiduguri, no noroeste da Nigéria, por Mohammed Yusuf, para denunciar o abandono do norte do país pelas autoridades nigerianas.
A organização 'jihadista' começou por atacar as forças leais ao Estado nigeriano, mas radicalizou-se ainda mais depois de Yusuf ter sido morto, em 2009.
Desde então, o Boko Haram aumentou a violência no noroeste do país e está a tentar impor um Estado que tenha o islão como religião predominante. A Nigéria é um país predominantemente cristão no Sul, mas de maioria muçulmana no Norte.
Já foram imputadas pelo menos 27 mil mortes a este grupo 'jihadista', que também é responsável por cerca de dois milhões de refugiados, de acordo com a Organização das Nações Unidas.