O governante com a pasta do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor falava aos jornalistas no final da quarta reunião do grupo de acompanhamento e avaliação das condições de abastecimento e do retalho, por videoconferência, que decorreu esta quarta-feira.
De acordo com João Torres, "se há sensivelmente 15 dias atrás observámos um pico de consumo, aquilo que vulgarmente se designa uma corrida aos supermercados", ao longo dos últimos dias tem-se verificado uma "regularização da procura, dentro do contexto de estado de emergência".
"A afluência aos supermercados tem descido comparativamente com as últimas semanas e isto deve ser considerado positivo, como sinal de maturidade", acrescentou o secretário de Estado.
Sublinhando que, à data de hoje, não se perspetivam quaisquer ruturas de 'stocks', fruto da mensagem de confiança transmitida pelos setores da agricultura e indústria alimentar, logística e transportes e retalho e distribuição, João Torres adiantou que o Governo considera não se justificar, neste momento, impor aos estabelecimentos que racionem a aquisição de produtos.
"O ordenamento jurídico português já permite que os operadores económicos individualmente façam o racionamento de produtos, nos casos em que isso se justifica. Não se tem verificado essa necessidade e o Governo considera que, neste momento, não se verifica qualquer necessidade de imposição de racionamento no que diz respeito à aquisição de produtos", garantiu.
Apesar da mensagem de confiança, o secretário de Estado do Comércio sublinhou ser "importante que o consumo continue a acontecer de uma forma consciente", tal como tem sido verificado ao longo da última semana "e muito em particular ao longo do fim de semana e dos primeiros dias desta semana".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 19.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 226.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos registados até terça-feira.
Em Portugal, há 43 mortes e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).
Dos infetados, 276 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até às 23h59 de 2 de abril.