A guerra no Iémen opõe há mais de cinco anos os rebeldes Huthis apoiados pelo Irão às forças leais ao governo reconhecido pela comunidade internacional, que conta com a ajuda de uma coligação militar internacional dirigida pela Arábia Saudita.
"A situação política, económica e sanitária no Iémen exige que a violência seja suspensa e que nos juntemos aos esforços internacionais e humanitários para preservar a vida dos cidadãos", declarou o governo iemenita num comunicado, saudando o apelo da ONU.
Na segunda-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou um apelo "a um cessar-fogo imediato em todo o mundo" para salvar os civis à "fúria" do novo coronavírus.
"A coligação militar (conduzida por Riade) apoia a decisão do governo iemenita de aceitar (este) apelo", disse o porta-voz da coligação, Turki al-Maliki, citado pela agência oficial saudita SPA.
Os Huthis, por seu turno, declararam-se "abertos a todos os esforços e iniciativas".
Num comunicado, um responsável político do movimento, Mehdi al-Machat, apelou "à calma completa e real, para criar confiança e uma atmosfera propícia ao sucesso de uma solução política abrangente".
Contrariamente à Síria ou à Líbia, o Iémen não registou ainda qualquer caso de infeção do novo coronavírus, mas as organizações não governamentais temem uma catástrofe se a pandemia atingir o país, onde mais de três milhões de pessoas vivem amontoadas em campos de deslocados.
A guerra causou dezenas de milhares de mortos, sobretudo civis, segundo diversas ONG e mais de dois terços da população precisa de ajuda humanitária, calcula a ONU.
Ameaçado pela fome, o país é ainda regularmente atingido por epidemias, de dengue ou de cólera, por exemplo, devido a um sistema de saúde muito degradado e à escassez de água potável.