Pedro Sánchez justificou esta "medida excecional" com a necessidade de "intensificar a luta contra a propagação do coronavírus" no país e avançou que os espanhóis têm pela frente "dias muito duros".
Numa intervenção na Moncloa, sede do Governo espanhol, o chefe do executivo adiantou que esta "medida excecional" implica que todos os trabalhadores de atividades não essenciais "devem ficar em casa a partir de segunda-feira", em "licença remunerada", recebendo o respetivo salário "com normalidade".
Quando terminar a pausa forçada, os trabalhadores terão de compensar, de "forma paulatina", este período de inatividade, explicou o chefe do Governo espanhol.
Para Pedro Sánchez, esta medida visa reduzir ainda mais a mobilidade dos cidadãos na Semana Santa para os níveis dos últimos fins de semana, na expectativa de atenuar o aparecimento de novos casos, bem como ajudar a descongestionar as unidades de cuidados intensivos dos hospitais.
A paralisação das atividades não essenciais vai afetar a Páscoa, uma época tradicionalmente importante para os espanhóis, com o presidente do Governo reconheceu a "dureza extraordinária" das medidas adotadas. No entanto, lembrou que a aproximação do pico do coronavírus SARS-CoV-2 no país marca o momento de "intensificar a luta" e não de baixar a guarda.
"Um dia a mais é um dia a menos [no combate à covid-19]. O coronavírus é um inimigo criminoso que tira vidas. Estes são dias muito difíceis, mas são os dias decisivos. E depois restará uma vida inteira para recordar que a Espanha esteve à altura", vincou, esclarecendo que as "atividades essenciais continuarão a funcionar como até agora".
Espanha registou, nas últimas 24 horas, 832 mortos com o novo coronavírus, o maior número de vítimas mortais num só dia, elevando o balanço total para 5.690, de acordo com a última atualização das autoridades sanitárias.
Os números do Ministério da Saúde espanhol revelam ainda um aumento de 8.189 no número de infetados.
Desde o início da pandemia, o país registou um total de 72.248 casos de covid-19, dos quais 5.690 morreram e 9.375 tiveram alta e são considerados como curados.
Na totalidade do país estão ou estiveram hospitalizadas 40.630 pessoas e dessas 4.575 estão ou já estiveram em unidades de cuidados intensivos.
A região com mais casos positivos de covid-19 é a de Madrid, capital, com 21.520 infetados e 2.757 mortos, seguida pela da Catalunha (14.263 e 1.070) e a do País Basco (5.236 e 221), embora haja registos de mais falecidos com a pandemia em Castela-Mancha (448) e Castela e Leão (321).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 640 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 30.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 130.600 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.