"Devemos começar a ver uma estabilização porque os casos que vemos hoje refletem contágios que aconteceram há duas semanas", correspondendo ao período de incubação do novo coronavírus, afirmou o diretor do programa de emergências da organização, Mike Ryan.
Questionado sobre quando poderá ser o pico da pandemia em Itália e Espanha, os países europeus mais afetados, Mike Ryan escusou-se a apontar uma data, recordando que no caso da cidade chinesa de Wuhan, onde o vírus surgiu, o número de novos casos teve flutuações.
"Quando se contam os casos diários durante uma epidemia, reflete-se a realidade de risco e transmissão duas semanas antes", como se sabe que "quando se olha para uma galáxia através de um telescópio se vê a luz das estrelas de há um milhão de anos", comparou.
Apesar dessa potencial estabilização, o irlandês referiu a importância de se concentrar a atenção no momento presente, salientando que é preciso "reduzir os números do vírus, porque não vão descer sozinhos".
Isso depende de "redobrar os esforços" de saúde pública como os que foram tomados na China depois do surgimento da epidemia: "continuar a detetar casos e a isolar todos, incluindo os que apresentam sintomas ligeiros".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 7.340, entre 85.195 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (143.055).
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).