Um grupo de 12 responsáveis políticos italianos, encabeçado pelo eurodeputado Carlo Calenda, comprou uma página inteira na edição desta terças-feira do jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung, onde publicaram uma carta aberta dirigida ao governo alemão.
Na missiva dirigida aos "caros amigos alemães", este grupo apela ao governo liderado por Angela Merkel que apoie a criação de um instrumento financeiro capaz de emitir dívida europeia como forma de combater a pandemia de Covid-19.
O conjunto aponta o dedo aos Países Baixos, que "lideram um grupo de países que se opõem" às já chamadas "Coronabonds", e que tem beneficiado de um "regime financeiro facilitado" para "subtrair recursos financeiros aos grandes países europeus durante anos".
"A atitude dos Países Baixos é, a todos os níveis, um exemplo de falta de ética e solidariedade. Solidariedade que muitos países europeus têm vindo a demonstrar após a guerra e até à reunificação", acrescenta.
Aproveitando a 'deixa', os políticos italianos recordam o que se sucedeu após a II Guerra Mundial: "A dívida da Alemanha após 1945 era de 29,7 milhões de marcos na altura. A Alemanha nunca a conseguiria pagar na totalidade. Em 1953, em Londres, 21 países (incluindo França, Itália, Espanha e Bélgica), permitiram à Alemanha reduzir a dívida e diluir o pagamento restante".
"Daquela decisão de Itália, continuamos convictos e orgulhosos. Repetimos: neste caso, com as 'Eurobonds' dedicadas ao coronavírus, não serão canceladas ou mutualizadas as dívidas anteriores. Caros amigos alemães, a memória ajuda a tomar as decisões justas", conclui.
Con @BeppeSala @giorgio_gori @sbonaccini @GiovanniToti @LuigiBrugnaro e altri abbiamo preso una pagina della @faznet per parlare ai tedeschi perché ricordino come dovrebbe comportarsi un grande paese durante un’emergenza. pic.twitter.com/5HhUFUUasO
— Carlo Calenda (@CarloCalenda) March 31, 2020