Estudo destaca potencialidade da hidroxicloroquina no tratamento da Covid

Um novo estudo chinês, desenvolvido num hospital de Wuhan, origem da declarada pandemia de covid-19, destacou o potencial da hidroxicloroquina como tratamento contra o novo coronavírus.

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Lusa
31/03/2020 15:55 ‧ 31/03/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Colocado online para pré-publicação, ou seja, não revisto por um comité de leitura especializado de uma revista científica, este estudo de médicos do hospital público de Wuhan abrange 62 pacientes infetados, um grupo de 31 que recebeu hidroxicloroquina (400 miligramas por dia) e um grupo de controlo de 31 doentes, que não recebeu esse tratamento.

Os dois grupos foram constituídos de forma aleatória, por computador, e os pacientes tinham uma idade média de 44,7 anos.

Apresentando sintomas de pneumonia que não haviam degenerado, todos receberam um tratamento 'standard': oxigénio, antivirais e antibióticos.

Foram realizados exames aos pulmões no início do estudo e após cinco dias completos de tratamento.

Após cinco dias de tratamento, os pacientes do grupo que recebeu hidroxicloroquina apresentavam um resultado bastante melhor relativamente à pneumonia, com melhorias em cerca de 80,6% (dos quais 61,3% apresentavam "uma melhoria notável").

Os sintomas de febre e de tosse foram igualmente atenuados mais rapidamente no grupo tratado com aquela substância do que no grupo de controlo, segundo os investigadores.

Os autores continuam prudentes, considerando que o potencial da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 foi "parcialmente confirmado".

"Considerando que não há outra opção atualmente, parece promissor o uso da hidroxicloroquina sob vigilância", defendem, acrescentando que falta "um estudo clínico mais alargado e pesquisas (...) para esclarecer o mecanismo específico e a otimização do tratamento".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 791.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 38.000 morreram.

Dos casos de infeção, pelo menos 163.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com quase 439.000 infetados e mais de 27.500 mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos. Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais: 11.591 mortos, em 101.739 casos confirmados até segunda-feira.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).

Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de quinta-feira.

 

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