O Ministério da Saúde do Brasil divulgou, nesta terça-feira, que o número de vítimas mortais pelo novo coronavírus teve o maior salto diário e subiu para 201. Ao todo foram 42 óbitos confirmados nas últimas 24 horas.
Segundo o executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, os casos confirmados do novo coronavírus no país chegaram aos 5.717, mais 1.138 que os 4.579 de segunda-feira.
Foi batido um novo recorde no número de casos diagnosticados em apenas um dia (1.138), desde o início da pandemia no Brasil, que até agora tinha sido de 502 infetados em 24 horas.
A taxa de mortalidade da covid-19 no Brasil é de cerca de 3,5%, de momento.
De acordo com os dados hoje divulgados pelo Ministério da Saúde, aumentou para 18 o número de unidades federativas do Brasil a registarem óbitos devido ao novo coronavírus: Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Maranhão, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Assim, todas as regiões do Brasil têm mortes confirmadas pela covid-19.
O sudeste continua a ser a região mais afetada pela pandemia, sendo São Paulo o epicentro. São 3.406 casos na região mais populosa do país. Apenas o estado de São Paulo registou 2.339 novos casos confirmados, contanto também com 136 vítimas mortais. Segue-se o Rio de Janeiro com 23 óbitos e 708 infetados e o Ceará que, até ao momento, contabilizou sete vítimas mortais e 390 casos positivos da covid-19. Minas Gerais conta com 275 novos casos e Espírito Santo com 84. O sudeste concentra 60% de todos os casos do país.
Numa conferência de imprensa interministerial, feita na tarde de hoje, o ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, informou que as medidas tomadas pelo executivo para reduzir o impacto da crise do novo coronavírus já equivalem a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Nós já chegámos a 2,6% do PIB neste 'orçamento de guerra', que eu chamo de medidas de emergência. Já tínhamos um défice estrutural de 2,6% e estamos em 5,2% global. Vamos continuar a subir, porque a instrução do Presidente foi clara: não vai ficar nenhum brasileiro para trás", afirmou o ministro.
O Congresso brasileiro aprovou um subsídio mensal oferecido a trabalhadores independentes e informais - sem contrato de trabalho - atingidos pela crise do novo coronavírus, no valor de 600 reais (104 euros). Contudo, até ao momento, Jair Bolsonaro ainda não sancionou o projeto de lei, que precisa da sua aprovação para entrar em vigor.
Segundo Paulo Guedes, que assegurou que a aprovação ocorrerá a qualquer momento, o auxílio de 600 reais cedidos pelo Brasil é equivalente aos 1.200 dólares (1.087 euros) concedidos pelo Governo norte-americano.
"Estamos a gastar bem mais do que qualquer país da América Latina. Do ponto de vista do apoio que estamos a dar, com essa renda básica de 600 reais, comparada aos nossos rendimentos 'per capita' é igual à ajuda que os americanos estão a dar, de 1.200 dólares", disse o governante.
Na mesma conferência de imprensa, o ministro da Justiça, Sergio Moro, defendeu o isolamento de presos como medida de prevenção da pandemia do novo coronavírus.
"Há um ambiente de relativa segurança para o sistema prisional em relação ao coronavírus pela própria condição dos presos de estarem isolados da sociedade", afirmou Moro.
Em relação à possível libertação de presos que fazem parte de grupos de risco e em regime semiaberto - que lhes permite trabalhar durante o dia e os obriga a dormir na prisão -, Sergio Moro afirmou que essa opção deve ser "ponderada", acrescentando ser necessário "ter cuidado é com a libertação de prisioneiros que possam oferecer risco à população, como o crime organizado".
O sistema penitenciário brasileiro, considerado um dos piores do mundo, tem um défice de cerca de 350.000 vagas, o que há anos agrava a superlotação nas prisões.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.