Covid-19: OMS preocupada com aumento de casos em África

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse hoje estar preocupada com o aumento de casos de covid-19 em África, assinalando que a doença provocada pelo novo coronavírus está "a ameaçar os frágeis sistemas de saúde do continente".

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Lusa
03/04/2020 21:05 ‧ 03/04/2020 por Lusa

Mundo

Pandemia

"O número de casos está a aumentar exponencialmente na região africana", afirmou a diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti, que acrescentou que passaram 16 dias entre o primeiro e os cem casos na região e apenas outros 10 para alcançar o primeiro milhar.

Num comunicado hoje emitido pela OMS, a diretora regional assinala que "três dias depois, eram 2.000, e dois dias depois, 3.000".

Para conter a pandemia de covid-19, muitos países africanos adotaram medidas de restrição e contenção da população, incluindo o encerramento total de fronteiras, a limitação das entradas no país, ou a imposição de uma quarentena obrigatória equivalente ao período máximo de incubação do vírus.

Ainda assim, países como a República Democrática do Congo (RDCongo), África do Sul, Burkina Faso, Camarões e Senegal verificaram casos em várias regiões do país.

A OMS alerta que muitas pessoas na região habitam em situações de sobrepopulação ou trabalham em "setores informais", necessitando de trabalhar diariamente para garantir que têm acesso a dinheiro.

Dessa forma, a OMS anunciou que está a trabalhar em conjunto com parceiros e outras agências das Nações Unidas, como o Programa Alimentar Mundial (PAM).

Durante um 'briefing' realizado por videoconferência, Moeti e a diretora regional do PAM para a África Austral, Lola Castro, abordaram as medidas restritivas aplicadas pelos vários Estados africanos.

"Para que as medidas de restrição social sejam eficazes, devem ser acompanhadas por medidas de saúde públicas fortes, sustentadas e dirigidas que permitam localizar, testar e tratar os casos de covid-19", afirmou Moeti.

Lola Castro considerou que é fundamental que os portos continuem a funcionar para receberem alimentos e outros materiais fundamentais para a ajuda humanitária.

"É também fundamental que a comunidade internacional forneça os fundos necessários para manter e aumentar os programas de assistência", referiu Castro.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200 mil são considerados curados.

A pandemia afeta já 50 dos 55 países e territórios africanos, com mais de 7.000 infeções e pelo menos 280 mortes, segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana.

São Tomé e Príncipe permanece como o único país lusófono sem registo de infeção.

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