Covid-19: Interpol alerta para aumento do cibercrime contra hospitais

A Interpol emitiu hoje um alerta global à polícia depois de constatar um aumento significativo de ataques virtuais contra organizações de combate ao novo coronavírus, apoderando-se de dados médicos, arquivos e sistemas em troca de dinheiro.

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Lusa
04/04/2020 16:58 ‧ 04/04/2020 por Lusa

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Covid-19

O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, alertou hoje em comunicado que hospitais e organizações médicas se tornaram alvos de cibercriminosos que procuram "lucrar às custas dos doentes".

"O bloqueio de sistemas hospitalares críticos não só atrasaria a rápida resposta médica necessária neste momento sem precedentes, mas também poderia causar mortes", disse Stock.

A Interpol, com sede em Lyon (leste da França), indicou que está a dar assistência técnica aos países para mitigar o impacto e aconselhar sobre como proteger as organizações médicas.

A principal fonte dos ataques, explicou, são os e-mails de supostas agências governamentais que dão conselhos ou informações sobre o novo coronavírus, pedindo para clicar num 'link' ou abrir um ficheiro infetado.

O responsável incentivou os hospitais e outras empresas a atualizar os seus sistemas com frequência e implementar medidas de segurança, armazenando arquivos importantes na nuvem ou em discos externos, separados do sistema principal.

Abrir e-mails provenientes apenas de fontes fidedignas, não clicar em 'links' enviados em e-mails que não são esperados ou de remetentes desconhecidos, criar com frequência cópias, atualizar o sistema antivírus, usar senhas fortes e atualizá-las com frequência são algumas das recomendações da Interpol.

"O grupo de Resposta a Ameaças Cibernéticas está a seguir as ameaças virtuais relacionadas com a covid-19 e a trabalhar com os seus parceiros privados do setor de segurança cibernética para reunir informações e oferecer suporte às organizações-alvo", afirmou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 59 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 266 mortes, mais 20 do que na véspera (+8,1%), e 10.524 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 638 em relação a sexta-feira (+6,5%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

 

 

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