Um estudo científico publicado no 'Journal of Infectious Diseases', na passada terça-feira, defende que é necessário acelerar o processo de encontrar uma vacina para tratar o novo coronavírus. Para tal, os investigadores propõem que se exponha voluntários deliberadamente à Covid-19.
“Sugerimos que, dadas as circunstâncias de uma pandemia global devastadora, se avance com testes controlados que incluem exposição deliberada à doença para humanos de forma a acelerar os testes e o licenciamento de vacinas eficazes”, pode ler-se no documento.
Considerando que os testes clínicos são a parte do processo de aprovação de um medicamento mais demorada, os autores do estudo sugerem que se proceda de forma diferente.
Primeiro, seriam comparadas diferentes vacinas de uma só vez, o que já por si não é uma abordagem comum. Depois, haveria diferentes grupos a receber as vacina e um único que receberia o placebo. Após a administração da vacina nos voluntários, estes seriam expostos ao vírus.
“Garantiríamos, como é obvio, que os voluntários fossem avaliados frequentemente e, ao primeiro sinal [de doença] recebessem tratamento e acesso a apoio médico”, esclareceu Nir Eyal, um dos autores do estudo e atual diretor do Centro para Bioética Populacional da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.
O investigador ainda adiantou que este método poderia fazer com que se poupassem "alguns meses" na procura de uma vacina contra a Covid-19, considerando que se estima que só se encontre um tratamento eficaz contra a doença daqui a cerca de um ano.
Os voluntários, explica ainda o documento, devem ser pessoas jovens e saudáveis, para que os riscos associados ao novo coronavírus sejam são menos elevados.