Mais de 700 pessoas já morreram por consumo de álcool adulterado no Irão

Mais de 700 pessoas morreram devido ao consumo de álcool adulterado no Irão em menos de dois meses, por se acreditar no benefício do álcool contra o novo coronavírus, segundo um comunicado das autoridades iranianas hoje divulgado.

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Lusa
08/04/2020 13:27 ‧ 08/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Segundo a Organização de Medicina Forense iraniana, os envenenamentos dispararam no Irão - onde o consumo e a venda de álcool são proibidos - desde que a pandemia da covid-19 começou em fevereiro, atingindo números muito mais altos do que o normal.

O comunicado do instituto indicou que entre 20 de fevereiro e 07 de abril, 728 pessoas morreram, enquanto no mesmo período de 2019 houve 66 mortes por esse tipo de envenenamento.

De acordo com a nota, "a ignorância de alguns compatriotas sobre a maneira correta de usar compostos alcoólicos e a disseminação de notícias falsas nas redes sociais", que apontavam para os benefícios do álcool contra o novo coronavírus, são algumas das razões para esse "aumento significativo".

A organização disse que a autópsia de 471 dos mortos já confirmou o envenenamento, principalmente com metanol, e acrescentou estar a aguardar os resultados dos outros 257.

A maioria dos mortos são homens, um total de 627, com idades entre 14 e 78 anos, e a província mais afetada foi Teerão, com 192 casos, segundo o documento.

A Organização de Medicina Forense informou que algumas pessoas aproveitaram a situação para vender "produtos nocivos", nos quais substituíram o etanol pelo metanol.

Mais de 3.000 pessoas foram envenenadas pelo consumo de álcool adulterado e muitas destas tiveram de ser hospitalizadas, num momento de pressão nos centros médicos devido à pandemia do novo coronavírus.

O consumo de álcool está proibido no Irão desde a Revolução Islâmica em 1979, mas as bebidas importadas contrabandeadas ou destiladas localmente estão disponíveis no mercado negro.

O uso generalizado e perigoso de álcool metílico também foi agora incentivado pela escassez do álcool etílico devido à pandemia da covid-19.

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