Cidade italiana dá dias diferentes a homens e mulheres para as compras

A presidente da câmara de uma pequena cidade da Lombardia, Canonica d'Adda, em Itália, decidiu que homens e mulheres terão dias diferentes para fazer compras, a fim de limitar a multidão nas lojas e lutar contra a pandemia.

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Lusa
08/04/2020 13:42 ‧ 08/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Às terças, quintas e sábados, as mulheres podem ir à padaria", disse Gianmaria Cerea, dirigindo-se a uma mulher-polícia de Canonica d'Adda, perto de Bergamo, considerada a cidade-mártir da pandemia.

"Em contrapartida, nos outros dias, é o seu marido que lá pode ir", explicou.

O município prevê multas de até 400 euros para os infratores desta nova norma.

Segundo a presidente deste município, que tem 4.400 habitantes, a pandemia de covid-19 provocou a morte de cerca de 20 dos seus cidadãos em março, embora não seja a mais afetada de Bergamo.

A "portaria" que especifica em que dias homens e mulheres podem ir às compras "foi feita para proteger a saúde pública" acrescentou Gianmaria Cérea, referindo ser seu dever "defender a saúde pública", mesmo que isso lhe renda "muitas críticas".

Cinzia Invernizzi, uma reformada de 62 anos que vive no município, não contesta a validade da nova norma, mas não entende "por é que os homens têm mais um dia, quando 80% das compras de alimentos são realizadas pelas mulheres".

"Tivemos que decidir e escolhemos os homens para os domingos", referiu Gianmaria Cérea, lembrando que, nesse dia, apenas um pequeno supermercado e a farmácia da vila estarão abertos.

A Lombardia é o epicentro italiano da pandemia da covid-19, com quase 9.500 mortes, mais de metade das mortes em Itália, sendo que a região de Bergamo foi particularmente atingida.

As autoridades da Lombardia pediram várias vezes que as medidas de confinamento impostas aos 60 milhões de italianos sejam prolongadas por mais um mês, alertando para os riscos de 'baixar a guarda' quando a pandemia parece ter começado o seu declínio.

A Lombardia foi a primeira região italiana a forçar as pessoas a cobrir o nariz e a boca com uma máscara ou, na sua falta, com um lenço ou um cachecol, quando saem de casa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 275 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 750 mil infetados e mais de 58 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 17.127 óbitos em 135.586 casos confirmados até terça-feira.

Além de Itália, Espanha, Estados Unidos e China, os países mais afetados são França, com 10.328 mortos (109.069 casos), Reino Unido, 6.159 mortos (55.242 casos), Irão, com 3.603 mortos (58.226 casos), e Alemanha, com 1.861 mortes (103.328 casos).

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