"Já se passaram quase três semanas e estamos a começar a ver o impacto dos sacrifícios que todos fizemos. Mas as mortes ainda estão a aumentar. Ainda não atingimos o pico do vírus. Portanto, ainda é muito cedo para suspender as medidas que implementámos", disse o ministro, que substitui o primeiro-ministro, Boris Johnson, enquanto este está hospitalizado.
Quando decretou o confinamento, mais tarde do que a maioria dos outros países europeus, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu uma reavaliação ao fim de três semanas, cujo prazo termina na segunda-feira.
O regime obrigatório para todos os cidadãos determina que as pessoas só devem sair para fazer compras de bens essenciais, para fazer exercício uma vez por dia, para dar assistência a uma pessoa vulnerável ou para trabalhar, se não o puderem fazer de casa.
Na conferência de imprensa diária do Governo sobre a crise, Raab disse que a situação foi discutida hoje com representantes das regiões autónomas da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte e com o 'Mayor' de Londres, Said Khan, para fazer um balanço, e que uma reavaliação das medidas só será feita após uma reunião com o grupo de especialistas médicos e científicos que aconselham o Governo no final da próxima semana.
"Os primeiros sinais sugerem que [as medidas] estão a ter o impacto que precisamos, mas é muito cedo para o saber de forma conclusiva", justificou.
Raab reiterou o apelo para as pessoas evitarem contacto com a família durante o fim de semana prolongado pelos feriados de Páscoa na sexta-feira e segunda-feira no Reino Unido.
"Eu sei que muitas pessoas normalmente planeariam uma reunião de família, ou apenas passear ao sol com amigos e entes queridos. Infelizmente, nesta altura, não podemos fazer esse tipo de coisas", vincou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros revelou que não teve contacto direto com o primeiro-ministro desde a entrada deste nos cuidados intensivos, mas adiantou que Boris Johnson "continua a dar passos positivos em frente e está animado".
Na atualização dos dados feita hoje, o ministério da Saúde britânico indicou que foram registadas mais 881 mortes nas últimas 24 horas de pessoas infetadas, elevando para 7.978 o total de óbitos durante a pandemia covid-19, enquanto que o número de casos positivos subiu para 65.077.
Numa atualização sobre o estado de saúde de Boris Johnson, o gabinete do primeiro-ministro tinha dito hoje que este "continua a melhorar".
O primeiro-ministro britânico está desde segunda-feira à noite nos cuidados intensivos do hospital St. Thomas, em Londres, depois de ter sido internado no domingo "por precaução" para fazer testes por continuar com "sintomas persistentes ao fim de 10 dias".