Uganda. Mulheres em trabalho de parto morrem devido a quarentena

Desde o início da pandemia Covid-19 no Uganda, já morreram sete mulheres e dois bebés durante o trabalho de parto, devido às medidas que limitam a circulação de veículos no país.

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© Reuters

Silvia Abreu
09/04/2020 23:07 ‧ 09/04/2020 por Silvia Abreu

Mundo

Pandemia

Scovia Nakawooya estava em trabalho de parto quando foi forçada a caminhar até ao hospital. Antes de lá conseguir chegar, chorou a morte do filho e, poucas horas depois, morreu também.

O caso de Scovia não é o único e, desde que a pandemia da Covid-19 se tornou uma realidade e colocou o Uganda sob quarentena, já pelo menos sete mulheres morreram durante o trabalho de parto.

Com medo de que a pandemia da Covid-19 sobrecarregasse os hospitais - já muito fragilizados - as autoridades do Uganda limitaram a circulação de transportes privados, sendo apenas possível fazê-lo com uma autorização especial.

O problema é que, numa localidade pobre e com poucas ambulâncias, o caminho pode ser mortal para alguns. Tal como foi para a mulher de 39 anos.

A família de Nakawooya não fazia ideia a quem ligar para pedir ajuda, uma vez que não existe uma direção clara. O seu marido implorou aos condutores que passavam que a levassem ao hospital, mas ninguém "estava disposto a tal", disse à Reuters.

Um grupo de direitos humanos dos Países da África Oriental revelou que já sete mulheres e dois bebés morreram por terem sido forçadas a caminhar até ao hospital.

O ministro da Saúde disse que estes casos estão a ser investigados e que não pode ainda comentá-los.

 

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