Scovia Nakawooya estava em trabalho de parto quando foi forçada a caminhar até ao hospital. Antes de lá conseguir chegar, chorou a morte do filho e, poucas horas depois, morreu também.
O caso de Scovia não é o único e, desde que a pandemia da Covid-19 se tornou uma realidade e colocou o Uganda sob quarentena, já pelo menos sete mulheres morreram durante o trabalho de parto.
Com medo de que a pandemia da Covid-19 sobrecarregasse os hospitais - já muito fragilizados - as autoridades do Uganda limitaram a circulação de transportes privados, sendo apenas possível fazê-lo com uma autorização especial.
O problema é que, numa localidade pobre e com poucas ambulâncias, o caminho pode ser mortal para alguns. Tal como foi para a mulher de 39 anos.
A família de Nakawooya não fazia ideia a quem ligar para pedir ajuda, uma vez que não existe uma direção clara. O seu marido implorou aos condutores que passavam que a levassem ao hospital, mas ninguém "estava disposto a tal", disse à Reuters.
Um grupo de direitos humanos dos Países da África Oriental revelou que já sete mulheres e dois bebés morreram por terem sido forçadas a caminhar até ao hospital.
O ministro da Saúde disse que estes casos estão a ser investigados e que não pode ainda comentá-los.