Human Rights Watch. Nicarágua tem tido atitude "arriscada"

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) considera que o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, tem tido uma atitude "arriscada" face à pandemia da doença covid-19.

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Lusa
11/04/2020 06:56 ‧ 11/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Daniel Ortega "respondeu à pandemia da covid-19 com políticas que contradizem claramente os conselhos dos especialistas em saúde, a nível global, e põe em risco a saúde e a vida dos nicaraguenses", lamentou a organização não-governamental, na sexta-feira, em comunicado.

Em causa está o facto de o presidente da Nicarágua não ter ainda implementado qualquer restrição à circulação no país nem ter decretado outros planos de contenção. Aliás, foi o único chefe de Estado da América Latina a não fazer qualquer anúncio público sobre o assunto.

Na Nicarágua foram confirmados sete casos de infeção e uma morte com a doença covid-19, embora os profissionais de saúde admitam que o número possa ser superior, porque não foi generalizado o recurso aos testes de diagnóstico.

A HRW recorda que a vice-presidente da Nicarágua, Rosario Murillo, mulher do presidente, apelou aos cidadãos para que continuassem a trabalhar. Apenas foram sugeridas medidas de quarentena voluntária a quem chegasse do exterior.

"Numa altura em que o mundo enfrenta a pandemia mais grave do último século, Ortega não aparece publicamente e o seu governo atua de forma temerária", criticou o diretor da HRW para a região das Américas, José Miguel Vivanco.

A imprensa local já tinha noticiado em março que o ministério da Saúde do país apontava que o país poderá ter 32.500 casos de infeção e 813 mortes causadas pela covid-19.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, mais de 335 mil são considerados curados.

O continente europeu, com mais de 857 mil infetados e mais de 70 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 18.849 óbitos, entre 147.577 casos confirmados.

Os Estados Unidos são o segundo país com maior número de mortes, registando 18.002, e aquele que contabiliza mais infetados (486.490), enquanto ao Espanha tem 15.843 óbitos, entre 157.022 casos de infeção.

Em Portugal, há registo de 435 mortos e 15.472 casos de infeção confirmados, segundo o balanço de sexta-feira da Direção-Geral da Saúde.

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