O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, referiu em comunicado que transmitiu "claramente" a Lu Shaye a sua "desaprovação".
Entre os recentes desentendimentos inclui-se um comunicado publicado pela embaixada da China em 08 de abril na sua página na Internet em que lamentava as prisões pela polícia francesa de responsáveis de associações e de três estudantes chineses em França.
Os detidos estavam a distribuir máscaras e material de proteção aos seus compatriotas no país, segundo a nota, que manifestava a sua preocupação pelo sucedido e assegurava que a embaixada iria desenvolver todos os esforços para defender os direitos e interesses legítimos dos seus cidadãos.
Num outro artigo, em 06 de abril, a embaixada chinesa criticava um artigo da revista Le Nouvel Observateur que, segundo os representantes chineses, estava repleto de erros.
"Certas recentes tomadas de posição públicas por parte da Embaixada da China em França não são conformes à qualidade da relação bilateral entre os nossos dois países", considerou Le Drian.
O ministro francês considerou que também não estão à altura da relação de "confiança de amizade" entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu homólogo chinês Xi Jinping, ou às que o próprio mantém com o chefe da diplomacia de Pequim, Wang Yi.
"A covid-19 é uma pandemia que afeta todos os continentes e sociedades. Perante o vírus e das suas consequências sobre as nossas economias, não há lugar para a polémica e a França atua com decisão em favor da unidade, da solidariedade e de uma maior cooperação internacional", indica ainda o comunicado do Quai D'Orsay.
Le Drian recordou que deste janeiro falou quatro vezes com o seu homólogo "de forma muito positiva" sobre a luta contra o novo coronavírus, e sublinhou que os atos de solidariedade entre a China e a França refletem a vontade de confrontar a pandemia de forma coordenada.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.