Após a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica irá iniciar um processo de escolha para eleger um novo Sumo Pontífice, chamado Conclave, que deverá começar daqui a duas semanas.
Debaixo de regras rígidas e segredo absoluto, a assembleia de cardeais, composta por 252 cardeais, é precedida da missa 'Pro eligendo Pontifice', onde os cardeais pedem apoio espiritual na escolha do novo Papa. Segue-se uma procissão solene para a Capela Sistina, onde decorre a reunião.
Já no local do escrutínio, um por um, os cardeais juram com a mão direita sobre a Bíblia manter segredo sobre as discussões relativas à eleição, antes de se sentarem nos lugares que ocuparão durante o Conclave.
Dos 252 cardeais em funções, apenas 135 podem votar, sendo que só votam aqueles que têm menos de 80 anos.
Note-se que desses 135 cardeais que podem votar, quatro são portugueses: Américo Aguiar, José Tolentino de Mendonça, António Marto e Manuel Clemente.
O cardeal italiano Pietro Parolin é quem preside ao Conclave.
Como acontece o processo de escrutínio?
São escolhidos nove nomes de cardeais para organizar e oficializar a votação, três são designados como escrutinadores para que supervisionem a votação. Há ainda outros três cardeais que recolhem os votos e mais três que os reveem.
Feitos estes primeiros passos, os votos são então depositados na urna, seguindo-se a sua contagem e apuramento de resultados.
Os votos são depois contabilizados, mas só há novo Papa quando um dos cardeais votados tem a maioria de dois terços. Se isso não acontecer, repete-se todo o processo até um máximo de quatro por dia.
Nos últimos anos, a escolha do Papa tem acontecido de forma rápida, embora nunca à primeira. Segundo explica o The Independent, se acontecer chegar à 34.ª votação, o número de candidatos é reduzido aos dois cardeais que obtiveram mais votos na ronda anterior.
Atingida a maioria de dois terços, o Decano do Colégio dos Cardeais chama o cardeal eleito para a frente da Capela Sistina e pergunta aos restantes cardeais se aceitam a eleição. Se a resposta for afirmativa, o novo Papa é convidado a escolher o seu novo nome papal.
Com o Papa escolhido, os boletins de voto são queimados com um aditivo que faz com que o fumo, que sai pela chaminé da Capela Sistina, seja branco, informando assim o mundo que que já foi escolhido o novo sucessor de Pedro.
Note-se, no entanto, que durante o escrutínio, enquanto não há uma decisão, sai fumo preto da chaminé da Capela Sistina.
O Sumo Pontífice é apresentado à multidão na varanda da Basílica de São Pedro e ouvem-se as palavras: "Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam! (Anuncio-vos com alegria que temos Papa, em português).
Como foi a escolha do Papa Francisco?
O cardeal Jorge Bergoglio foi nomeado Papa no dia 13 de março de 2013, tendo sucedido ao Papa Bento XVII após a sua renúncia. Escolheu o nome papal de Francisco, como referência a Francisco de Assis.
O Conclave para a sua eleição demorou dois dias, sendo que Francisco foi eleito na quinta votação.
E os seus antecessores?
O Papa Bento XVII foi também eleito pelo Conclave após dois dias, tendo sido nomeado à quarta votação. Já a escolha de João Paulo II durou três dias e foi eleito apenas no oitavo escrutínio.
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