Os legisladores, entre as quais se destaca a senadora Elizabeth Warren, que abandonou a corrida à Casa Branca, dizem que os dados sobre a raça e etnicidade das vítimas da pandemia são necessários para solucionar as disparidades na resposta nacional ao surto de coronavírus, que estará a afetar desproporcionalmente os afro-americanos e outras populações não-brancas.
Os democratas acreditam que não tem havido equilíbrio na maneira como as autoridades reagem ao surto que varre o país, prejudicando, sobretudo, a comunidade afro-americana, tradicionalmente com menor rendimento e mais afastada dos serviços de saúde.
Uma investigação recente da agência Associated Press, com base nos dados estaduais divulgados diariamente, mostra que mais de 30% das vítimas mortais com COVID-19 são afro-americanos, embora os negros representem apenas 13% da população nas áreas cobertas pela análise.
"Por causa da discriminação patrocinada pelo governo e do racismo sistémico, as comunidades de cor estão na linha de frente dessa pandemia", disse a senadora Elizabeth Warren, uma das várias patrocinadoras da legislação no Senado de Massachusetts.
Warren garante que "para reduzir efetivamente a propagação do vírus e garantir que a resposta seja robusta e equitativa, são precisos dados nacionais abrangentes sobre quem está infetado, quem está a receber tratamento e quem está a morrer".
Dados de março, disponibilizados pelo Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos sobre o número de hospitalizações em 14 estados, confirmam que um terço das vítimas são afro-americanos.
Os Estados Unidos, que registaram sua primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, são atualmente o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 24.737 mortes para 592.743 casos. Pelo menos 44.364 pacientes foram declarados curados.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos em todo o mundo e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.