A decisão, anunciada pela primeira-ministra belga, Sophie Wilmès, foi tomada numa reunião do Conselho Nacional de Segurança -- que reúne os principais responsáveis políticos do país -, que considerou que ainda não é o momento de começar a levantar as restrições impostas há um mês, o que espera possa vir a acontecer durante o próximo mês de maio.
"Embora a progressão do vírus esteja a abrandar, esta crise ainda não acabou. Temos de prosseguir os nossos esforços. Foi por isso que o Conselho Nacional de Segurança tomou várias decisões, a primeira das quais é a extensão do confinamento. Com efeito, as medidas de contenção e de afastamento social serão prorrogadas até 03 de maio", anunciou Sophie Wilmès.
Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião extraordinária do Conselho Nacional de Segurança para tomar uma decisão sobre o prolongamento ou levantamento gradual do confinamento, iniciado em 18 de março e que expirava em 19 de abril, a chefe de Governo precisou que foi decidido manter as escolas encerradas, tendo sido autorizada apenas a reabertura de lojas de bricolagem e de jardinagem nas mesmas condições que as mercearias e lojas de alimentação.
Por outro lado, o Conselho Nacional de Segurança decidiu também que a partir de agora "pode haver visitas a lares de idosos", mas apenas um familiar, e sempre o mesmo, desde que não apresente sintomas de infeção pelo novo coronavírus.
No sentido oposto, as autoridades belgas decidiram desde já que não haverá grandes eventos até 31 de agosto, pelo que todos os festivais são anulados.
"Hoje ninguém pode dizer ao certo quando é que vamos voltar ao curso normal das nossas vidas. A nossa situação continua a ser avaliada a cada momento, e na próxima semana haverá uma nova reunião, já centrada no levantamento do confinamento, que será progressivo e começará em maio", apontou Wilmès.
De acordo com o balanço diário hoje feito pelas autoridades sanitárias belgas, já morreram no país 4.440 pessoas vítimas da covid-19, num total de 33.573 casos confirmados de infeção, sendo esta das taxas de mortalidade relacionadas com o novo coronavírus mais elevadas do mundo (359 mortes por milhão de habitantes), o que se explica em parte por serem contabilizados todos os óbitos registados em lares de terceira idade.
A capital belga, Bruxelas, é sede das instituições europeias e também da NATO, que têm igualmente implementadas há sensivelmente um mês medidas de confinamento e distanciamento social, com praticamente todos os funcionários em regime de teletrabalho.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.