"Todos os sacrifícios feitos até agora serão para nada", afirmou Justin Trudeau, que pediu "paciência" aos canadianos, uma vez que, para reabrir a economia, terão de existir testes rápidos e em larga escala, bem como um vasto acompanhamento para seguir os que testarem positivo.
"Continuamos ainda longe disso. Temos de continuar a fazer o que temos feito até agora por muito mais semanas", explicitou Trudeau, comentário que a agência noticiosa Associated Press (AP) considera dos "mais fortes" contra os que defendem o fim das medidas de restrições.
Até hoje, segundo os dados mais recentes, o Canadá contabilizou 27.557 casos confirmados, que provocaram 954 mortes.
Cerca de seis milhões do total de 27 milhões de canadianos têm pedido ajuda governamental desde meados de março, altura em que o comércio foi encerrado e os trabalhadores foram obrigados a permanecer em casa como medida de prevenção.
Dados preliminares do Serviço de Estatística canadiano indicaram hoje que a atividade económica no Canadá colapsou em março, havendo a possibilidade de descer um recorde de 9%.
"Não nos podemos apressar para voltar a pôr as coisas todas a funcionar, porque, se o fizermos rapidamente, se abrandarmos os controlos e as restrições que criamos, tudo poderá nada valer. Entraríamos novamente num pico tão mau ou pior do que o que atravessamos agora", argumentou.
Segundo o chefe do executivo canadiano, nos últimos dias tem-se falado "demasiado" sobre a retoma das atividades económica no Canadá.
"Não vai acontecer já. Assim que os especialistas nos disserem que poderemos reabrir um pouco a economia, falaremos então com muito cuidado sobre os passos a dar", concluiu.
Os Estados Unidos, vizinhos do sul do Canadá, são o país com mais mortos (26.059) e mais casos de infeção confirmados (609.516).
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.