Nove soldados afegãos mortos em ataque dos talibãs

Pelo menos nove membros do exército afegão foram hoje mortos num ataque dos talibãs, após o Governo de Cabul sugerir um cessar-fogo para centrar a atenção no combate ao coronavírus, que já provocou 30 mortos no Afeganistão.

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Lusa
16/04/2020 15:20 ‧ 16/04/2020 por Lusa

Mundo

Afeganistão

 

Dezenas de talibãs atacaram em simultâneo vários postos de controlo do exército no distrito de Charkh, na província de Logar (leste), informou em comunicado o ministério da Defesa.

"Infelizmente, neste ataque morreram nove membros do exército", indicou a nota.

Segundo o ministério, no decurso do tiroteio, que se prolongou por várias horas, os talibãs também sofreram "baixas graves" e os cadáveres dos insurgentes podiam ser vistos no campo de batalha.

No entanto, os responsáveis oficiais não precisaram o número de talibãs mortos no confronto, concluído com a retirada das forças insurgentes.

O ataque ocorreu de madrugada, horas após o presidente afegão, Ashraf Ghani, ter reiterado uma proposta de cessar-fogo provisório para facilitar as medidas contra a covid-19, que segundo os números oficiais provocou até ao momento 840 infetados e 30 mortos.

A maioria dos casos ocorreu em Cabul e na província de Herat (oeste), junto à fronteira com o Irão, um dos países mais atingidos pela pandemia e de onde têm regressado, nas últimas semanas, milhares de refugiados ao Afeganistão.

"Peço aos talibãs que deem uma resposta positiva ao apelo das Nações Unidas, dos países da região e do Governo e do povo do Afeganistão, cessem a guerra e anunciem um cessar-fogo", disse na quarta-feira Ghani numa mensagem ao país.

No entanto, no último mês e meio, os ataques armados dos insurgentes têm aumentado, apesar do acordo de paz entre os Estados Unidos e os talibãs, firmado em Doha em 29 de fevereiro e que na ocasião implicou uma redução significativa das hostilidades.

Perante a incapacidade dos partidos afegãos em respeitarem o acordo de Doha, os Estados Unidos ameaçaram retirar a sua ajuda ao Governo afegão.

A contribuição de 4 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) cedida às forças de segurança afegãs seria reduzida para 2 mil milhões (1,82 milhões de euros) entre 2020 e 2021.

Em paralelo, o prosseguimento das discussões inter-afegãs sobre o futuro do país parecem muito incertas devido à confusão que se instalou em Cabul e às severas restrições de deslocações internacionais devido à propagação do coronavírus, e mesmo que as autoridades afegãs e os talibãs já tenham iniciado de forma tímida um processo de troca de prisioneiros na sequência de negociações por videoconferência.

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