Dezenas de talibãs atacaram em simultâneo vários postos de controlo do exército no distrito de Charkh, na província de Logar (leste), informou em comunicado o ministério da Defesa.
"Infelizmente, neste ataque morreram nove membros do exército", indicou a nota.
Segundo o ministério, no decurso do tiroteio, que se prolongou por várias horas, os talibãs também sofreram "baixas graves" e os cadáveres dos insurgentes podiam ser vistos no campo de batalha.
No entanto, os responsáveis oficiais não precisaram o número de talibãs mortos no confronto, concluído com a retirada das forças insurgentes.
O ataque ocorreu de madrugada, horas após o presidente afegão, Ashraf Ghani, ter reiterado uma proposta de cessar-fogo provisório para facilitar as medidas contra a covid-19, que segundo os números oficiais provocou até ao momento 840 infetados e 30 mortos.
A maioria dos casos ocorreu em Cabul e na província de Herat (oeste), junto à fronteira com o Irão, um dos países mais atingidos pela pandemia e de onde têm regressado, nas últimas semanas, milhares de refugiados ao Afeganistão.
"Peço aos talibãs que deem uma resposta positiva ao apelo das Nações Unidas, dos países da região e do Governo e do povo do Afeganistão, cessem a guerra e anunciem um cessar-fogo", disse na quarta-feira Ghani numa mensagem ao país.
No entanto, no último mês e meio, os ataques armados dos insurgentes têm aumentado, apesar do acordo de paz entre os Estados Unidos e os talibãs, firmado em Doha em 29 de fevereiro e que na ocasião implicou uma redução significativa das hostilidades.
Perante a incapacidade dos partidos afegãos em respeitarem o acordo de Doha, os Estados Unidos ameaçaram retirar a sua ajuda ao Governo afegão.
A contribuição de 4 mil milhões de dólares (3,6 mil milhões de euros) cedida às forças de segurança afegãs seria reduzida para 2 mil milhões (1,82 milhões de euros) entre 2020 e 2021.
Em paralelo, o prosseguimento das discussões inter-afegãs sobre o futuro do país parecem muito incertas devido à confusão que se instalou em Cabul e às severas restrições de deslocações internacionais devido à propagação do coronavírus, e mesmo que as autoridades afegãs e os talibãs já tenham iniciado de forma tímida um processo de troca de prisioneiros na sequência de negociações por videoconferência.