Com este número de vítimas mortais, o Irão eleva o total de mortes pela covid-19 para 4.869, avançou o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianouche Jahanpour, no seu 'briefing' diário à imprensa.
Nas últimas 24 horas, foram confirmados 1.606 novos casos, elevando o total de infetados para 77.995, adiantou, acrescentando terem sido realizados mais de 310.340 testes.
Entre os casos detetados, 52.229 pessoas estão curadas e 3.594 estão hospitalizadas em estado crítico, acrescentou o porta-voz.
Estes números causam, no entanto, algumas dúvidas, existindo suspeitas de estarem a ser subestimados.
Um relatório do centro de pesquisa do parlamento iraniano, divulgado na terça-feira, estima que os números reais associados à pandemia sejam 80% superiores aos anunciados pelo Governo.
O número de infeções é "oito a dez vezes" maior do que o anunciado, refere o documento, onde os autores lembram que as estatísticas oficiais são baseadas apenas no número de "doentes hospitalizados com sintomas graves".
O Governo também é criticado pelo centro de pesquisa pela demora em responder à pandemia. No seu relatório, o centro alerta que uma "segunda onda" poderá ocorrer no próximo inverno.
No entanto, em comunicado hoje divulgado, o centro de pesquisa recuou e negou contradizer o Governo sobre as estatísticas, acusando "a imprensa estrangeira" de mentir e distorcer os seus relatórios para desacreditar as estatísticas oficiais.
O vice-ministro da Saúde, Aliréza Raïssi, admitiu na quarta-feira que os números da pandemia no Irão podem ser maiores devido a um número limitado de testes, mas rejeitou as acusações de que as estimativas estavam a ser baseadas num "modelo incorreto".
No entanto, o centro de pesquisa rejeitou hoje as acusações e negou ao Governo o contraditório sobre as estatísticas. O vice-ministro aproveitou ainda para acusar "a imprensa estrangeira" de mentir e distorcer os relatórios para desacreditar as estatísticas oficiais.
"Os casos que confirmámos não são certamente as estatísticas reais. Mas não existem avaliações exatas em lado nenhum do mundo", disse, citado pela agência oficial Irna, sem, contudo, se referir ao relatório.
O Ministério da Saúde proibiu as universidades médicas das províncias de compilarem as suas próprias estatísticas, argumentando que isso levou os iranianos a viajarem das regiões mais afetadas para as menos afetadas, o que, consequentemente, espalhou o vírus, refere a Irna.
Mesmo após o anúncio das primeiras mortes, em fevereiro, o Governo não estabeleceu confinamento no país, mas impôs restrições, fechando escolas, universidades, mesquitas, cinemas, centros culturais e estádios.
O Presidente, Hassan Rohani, anunciou, em 5 de abril, a reabertura de empresas com "baixo risco" de espalhar o vírus para proteger uma economia já atingida por duras sanções dos Estados Unidos.
A decisão, que entrou em vigor no sábado nas províncias e deve ser implementada na próxima semana em Teerão, atraiu críticas de vários especialistas em saúde.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 137 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (30.985) e mais casos de infeção confirmados (639 mil).
Seguem-se Itália (21.645 mortos, em 165.155 casos), Espanha (19.130 mortos, 182.816 casos), França (17.167 mortos, 147.863 casos) e Reino Unido (12.868 mortos, 98.476 casos).
Por regiões, a Europa somava hoje 90.181 mortos (mais de um milhão de casos), Estados Unidos e Canadá 32.039 mortos (667.870 casos), a Ásia 5.369 mortos (151.423 casos), o Médio Oriente 5.253 mortos (112.377 casos), a América Latina e Caribe 3.669 mortos (79.862 casos), a África 910 mortos (17.293 casos) e a Oceânia 79 mortos (7.694 casos).