Sessenta funcionários e seis detidos apresentaram resultados que mostram estarem infetados com o novo coronavírus, durante testes feitos na prisão de Ouarzazate, disse, em comunicado, a Direção Geral da Administração Prisional e de Reinserção de Marrocos.
Estes novos casos juntam-se aos 11 que já tinham sido detetados numa prisão de Marraquexe, e aos da prisão de Ksar Kébir, onde nove funcionários e dois detidos foram testados como positivos.
Os casos de contaminação nas prisões de Marrocos, onde existem cerca de 80.000 detidos, serão, a partir de agora, limitados, "graças a medidas preventivas" adotadas pela direção geral, garantiu a mesma fonte.
A administração prisional já tinha indicado que os funcionários dos estabelecimentos penitenciários iam ser submetidos a quarentenas de duas semanas.
No início de abril, mais de 5.650 detidos foram libertados em Marrocos, na tentativa de reduzir o risco de propagação da covid-19 nas prisões.
Outros países da região do Médio Oriente e do Norte da África - onde nenhum caso de contaminação em prisões foi oficialmente registado até agora - fizeram o mesmo, depois de a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, ter pedido a libertação de detidos em todo o mundo.
Em Marrocos, país com 35 milhões de habitantes, foram registados oficialmente 3.186 casos de infeção, incluindo 144 que morreram e 359 que se curaram.
As autoridades impuseram medidas de confinamento, sob rigoroso controlo da polícia, depois de suspender as rotas aéreas e bloquear as fronteiras.
O uso de máscara é obrigatório no país e as autoridades anunciaram a prorrogação até 20 de maio de "todas as medidas preventivas e restritivas do estado de emergência".
Desde que foi detetado na China, em dezembro passado, o coronavírus que provoca a covid-19 já provocou, de acordo com números da AFP, mais de 167 mil mortos e infetou mais de 2,4 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 537 mil doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.