"Quero agradecer a todas as pessoas em todo o país pelo empenho firme em respeitar as regras, incluindo nesta Câmara. Está a fazer a diferença, estamos no pico", disse, durante uma declaração na Câmara dos Comuns sobre as medidas do governo para o combate à doença.
O ministro falava no primeiro dia de funcionamento do parlamento em formato híbrido, com alguns deputados sentados nas bancadas, mas separados por vários lugares vazios, e outros deputados a participar por videoconferência.
Hancock disse existirem atualmente 10.000 camas vagas nos hospitais públicos e que os cuidados intensivos foram reforçados com mais 3.000 camas desde o início da crise.
"Queremos abrir o NHS [serviço nacional de saúde] a pacientes sem sintomas do coronavírus ou com doenças não relacionadas com o coronavírus assim que for seguro fazê-lo", adiantou.
Porém, adiantou, antes de as medidas de distanciamento social serem aliviadas ou alteradas, terão de ser preenchidos os critérios estipulados pelo Governo, nomeadamente que os serviços de saúde continuam a aguentar a pressão e que o número de mortos e taxa de contágio diminuam.
O ministério da Saúde britânico anunciou hoje que, até às 17:00 de terça-feira, tinham morrido nos hospitais britânicos 18.100 pessoas infetadas com o novo coronavírus, mais 763 óbitos do que no dia anterior.
Na conferência de imprensa diária do governo na terça-feira, o sub-diretor geral da Saúde de Inglaterra, Jonathan Van Tam, disse acreditar que o pico de infeções já passou em Londres, onde terá acontecido antes da Páscoa, mas em outras partes do Reino Unido ainda não.
"Em termos do número de pessoas no hospital, houve um pico em Londres, provavelmente à volta de 10 de abril, e desde então tem existido um declínio. Mas as outras regiões, Escócia, País de Gales e Inglaterra, registam um planalto nesta altura", vincou.
O governo adiantou hoje que terão morrido 69 profissionais do serviço de saúde público (NHS) e 15 empregados de lares de idosos, um número substancialmente inferior aos 112 identificados no memorial da página eletrónica NursingNotes [https://nursingnotes.co.uk/covid-19-memorial].
Uma análise do jornal Financial Times sugere que o número total de mortes no Reino Unido durante a pandemia possa chegar a 41.000, mais do dobro do registado oficialmente pelo governo, que só contabiliza os óbitos nos hospitais.
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