De acordo com as regras de votação instituídas após a Assembleia ter suspendido as reuniões devido à pandemia, um projeto de resolução deve circular entre os seus membros.
Caso um único país emita objeções antes do prazo final, a resolução é derrotada. Normalmente, as resoluções da assembleia são adotadas por maioria de votos ou por consenso.
O porta-voz da Assembleia geral, Reem Abaza, confirmou terem sido emitidas objeções aos dois projetos de resolução, apresentados em paralelo pela Rússia e pela Arábia Saudita.
A resolução original russa, que não conseguiu ser aprovada em 02 de abril, apelava ao fim das guerras comerciais e às medidas protecionistas e considerava que não deveriam ser aplicadas sanções unilaterais sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU.
O projeto de resolução revisto, que foi derrotado hoje, mantinha a referência sobre o fim das práticas protecionistas e retirava a referência às sanções unilaterais.
No entanto, o novo texto russo congratulava-se com uma declaração de 03 de abril emitida nas Nações Unidas pelo principal grupo de países emergentes e que incluía um apelo à comunidade internacional para "adotar mediadas urgentes e efetivas destinadas a eliminar o uso de medias económicas coercivas unilaterais contra os países emergentes".
A Arábia Saudita assume atualmente a presidência do G20, que engloba as maiores economias mundiais, e o seu projeto de resolução incluía um apelo da cimeira deste conclave, emitido em 26 de março.
Nesse apelo referia-se a necessidade de uma "ação efetiva e coordenada" para combater a covid-19, e a sua declaração final sobre a "injeção de cinco biliões de dólares na economia global, no âmbito de uma política fiscal dirigida, medidas económicas e sistemas de garantias para contrariar os impactos social, económico e financeiro da pandemia".
A Assembleia Geral tinha previamente aprovado duas resoluções sobre a covid-19, mas até ao momento o Conselho de Segurança, com mais poderes, ainda não adotou qualquer medida.