Trump? Em vez de "intimidar outros", faria melhor se "salvasse" os EUA

O Presidente norte-americano, Donald Trump, em vez de "intimidar os outros", faria melhor se "salvasse" os Estados Unidos da "grande crise" do novo coronavírus, afirmou hoje o porta-voz das Forças Armadas do Irão.

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Lusa
22/04/2020 21:08 ‧ 22/04/2020 por Lusa

Mundo

Teerão

O comentário do general de brigada Abdolfazl Shekarchi, feito numa entrevista à agência semi-oficial iraniana Isna, surge como resposta às mais recentes ameaças feitas por Trump contra o Irão.

"Hoje, em vez de intimidar os outros, os americanos devem fazer o seu melhor para salvar as suas tropas infetadas pelo coronavírus", afirmou o general de brigada, que, segundo a Isna, reagiu especificamente a questão das últimas ameaças feitas pelo Presidente dos Estados Unidos contra as forças iranianas.

Mais cedo, na rede social Twitter, Trump indicou ter dado ordens à marinha de guerra norte-americana para abater e destruir qualquer embarcação iraniana que ameace os navios no mar.

Pouco depois, o Pentágono indicou que o exército norte-americano considerou o 'tweet' como uma "mensagem" ao regime iraniano, deixando entender que nenhuma nova ordem fora dada aos comandantes dos navios militares dos Estados Unidos que se encontram no Golfo Pérsico.

"Se os americanos forem hábeis e competentes, vão retirar as suas tropas (do Médio Oriente) para os salvar da pandemia do coronavírus que os ameaça antes de começarem a mobilizar todas as outras forças nos Estados Unidos, para que possam salvar o seu povo da grande crise que assola o país", disse, ainda, o general de brigada iraniano.

O retomar das tensões entre a República Islâmica e Washington, inimigos há mais de 40 anos, surge uma semana depois de um incidente nas águas do Golfo entre navios da Marinha dos Estados Unidos e patrulhas em vedetas das forças navais dos Guardas da Revolução.

Na ocasião, os dois países acusaram-se mutuamente pelo incidente.

Washington acusou os Guardas da Revolução de, com as vedetas rápidas, terem incomodado os navios da Marinha dos Estados Unidos em operações nas águas internacionais do Golfo.

Como resposta, os Guardas da Revolução acusaram a Marinha norte-americana de ter avançado com uma versão "hollywoodesca" do incidente e de se comportar de forma "não profissional".

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