Espanha permite saída à rua de menores acompanhados durante 1 hora

Espanha decidiu suavizar as medidas em vigor de confinamento social para as crianças até 14 anos de idade que, a partir de domingo, poderão sair de casa durante uma hora por dia, acompanhadas por um adulto.

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Lusa
23/04/2020 12:13 ‧ 23/04/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

Segundo explicou hoje numa videoconferência de imprensa o vice-presidente para Direitos Sociais e Agenda 2030 do executivo espanhol, Pablo Iglesias, os menores poderão afastar-se até, no máximo, um quilómetro da sua habitação, podendo levar os seus próprios brinquedos, mas não poderão ir a um parque infantil.

As crianças podem permanecer fora de casa durante uma hora no período entre 09:00 e as 21:00, mas Pablo Iglesias pediu para que evitem sair durante as horas de ponta, quando há mais pessoas nas ruas.

Um adulto poderá sair com até três crianças que vivam com ele, debaixo do mesmo teto, que terá de assegurar o respeito das medidas de distanciamento social em todos os momentos, explicou o responsável governamental, que assegurou que, mesmo assim, os menores poderão saltar, correr e fazer exercícios.

Pablo Iglesias também se dirigiu diretamente aos menores para lhes pedir desculpa porque o Governo "não foi completamente claro" ao explicar nos últimos dias como é que eles poderiam sair do confinamento a partir de domingo.

O Governo espanhol acabou por retificar a medida que tinha anunciado na terça-feira de manhã, que apenas permitia que os menores saíssem para acompanhar um adulto ao supermercado, à farmácia ou ao banco, e que provou uma onda de críticas por parte dos partidos políticos, dos presidentes regionais e mesmo um pedido de retificação do Unidas Podemos, o parceiro de extrema-esquerda no Governo liderado pelo PSOE (socialistas).

Espanha é um dos países mais atingidos pela pandemia de covid-19 tendo em vigor medidas muito rígidas de confinamento social.

Madrid apenas permite a saída para ir ao local de trabalho, para aqueles que o não possam fazer a partir de casa, ou para adquirir ou consumir bens considerados essenciais.

O parlamento espanhol aprovou na quarta-feira o prolongamento por mais duas semanas, até 09 de maio, do estado de emergência em vigor desde 15 de março no país, com o objetivo de lutar contra o novo coronavírus.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, indicou no debate parlamentar que antecedeu a votação que o levantamento "lento e gradual" das medidas adotadas para combater o coronavírus só deverá ser iniciado a partir da segunda quinzena de maio, esperando que até lá se evitem os passos em falso.

Espanha registou, nas últimas 24 horas, 440 mortes devido ao novo coronavírus, um aumento de cinco em relação a quarta-feira, havendo até agora um total de 22.157 óbitos, segundo as autoridades sanitárias do país.

O país teve hoje 4.635 novos casos positivos da pandemia, levando o total de infetados para 213.024.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (46.583) e mais casos de infeção confirmados (quase 840 mil).

Seguem-se Itália (25.085 mortos, em mais de 187 mil casos), Espanha (22.157 mortos, mais de 213 mil casos), França (21.340 mortos, mais de 155.800 casos) e Reino Unido (18.100 mortos, mais de 133 mil casos).

 

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