Os Estados Unidos, pela voz de Mike Pompeo, ameaçaram, esta quinta-feira, nunca mais repor o financiamento à Organização Mundial da Saúde (OMS), que foi suspenso por Donald Trump no início do mês de abril, no seguimento da polémica quanto à gestão da pandemia de Covid-19.
Em entrevista concedida à estação televisiva FOX News, o secretário de Estado norte-americano defendeu que a medida é "completamente apropriada dado o recente historial" da relação com o organismo, que acusou de "falhar" na forma como lidou com esta crise.
"Recordamos o que aconteceu em janeiro e o anúncio adiado sobre a pandemia, e o facto de a China ter pedido para que não a anunciasse, o que a OMS cumpriu. Mas, mesmo agora, o governo chinês não permitiu que cientistas americanos vão à China para visitar, não só o laboratório de Wuhan, como os locais onde precisa de ir para perceber o vírus", afirmou.
"Ainda não temos a transparência e a abertura de que precisamos na China, e é responsabilidade da OMS garantir essa transparência. Eles não o estão a fazer e têm de ser responsabilizados. Tem sido muito bom ver outros países começarem também a reconhecer os erros da OMS", prosseguiu.
Nesse sentido, Mike Pompeo exige uma "mudança estrutural" na OMS , de forma a que seja possível corrigir as suas "deficiências": "Pode dar-se o caso de os Estados Unidos nunca mais voltarem a canalizar o dinheiro dos contribuintes para a OMS. Podemos ter uma mudança mais ousada do que essa".