O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, foi exonerado do cargo, esta sexta-feira. A exoneração ocorreu "a pedido", segundo decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, e publicado no "Diário Oficial da União, noticia a G1.
Recorde-se que Sergio Moro, quando foi informado sobre a intenção de substituir o atual diretor-geral da Polícia Federal, pediu a sua demissão.
A notícia foi avançada esta quinta-feira com Bolsonaro a garantir que a mudança iria acontecer numa questão de dias e Moro, descontente com a decisão, pediu para abandonar o cargo, algo que o presidente estará a tentar reverter, com a ajuda de dois ministros - Braga Netto (ministro-chefe da Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (ministro-chefe da Secretaria de Governo).
Ainda não se sabe quem será o substituto de Maurício Leite Valeixo, estando três nomes em cima da mesa: Alexandre Ramagem, atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Gustavo Torres, atual secretário de segurança pública do DF; e Fabio Bordignon, atual diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Até ao momento, o presidente do Brasil ainda não apresentou qualquer explicação para a exoneração.
Com mais de 20 anos de experiência na corporação, Valeixo atuou nas investigações da Lava Jato, a maior operação anticorrupção da história do Brasil e que foi liderada por Moro.
Após a publicação da exoneração de Valeixo, o ministro Sério Moro, um dos membros mais populares do Governo brasileiro, anunciou que falará hoje numa conferência de imprensa às 11:00 (15:00 em Lisboa), em Brasília.
Moro ficou conhecido internacionalmente por liderar a Operação Lava Jato e por condenar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção. Ele deixou a magistratura para se juntar ao Governo de Bolsonaro, mas vem sofrendo desgastes consecutivos por divergências com o Presidente brasileiro.
A exoneração de Valeixo, de quem Moro é amigo pessoal, já havia sido mencionada por Bolsonaro em agosto do ano passado, mas acabou por ser adiada por interferência de alguns ministros, incluindo o titular da pasta da Justiça, que à época considerou que a demissão de seu braço direito poderia dar impressão de que o Governo não estava combatendo à corrupção no país.