'Doença X': Comportamento humano pode gerar novas e mais duras pandemias
"Existe uma única espécie responsável pela pandemia do Covid-19, nós, os humanos", afirma estudo científico.
© Reuters
Mundo Cientistas
A combater uma das mais duras pandemias da história recente da humanidade, ainda sem certezas (absolutas) sobre como surgiu o surto do novo coronavírus, os cientistas continuam a estudar o impacto da atividade humana no mundo e as suas potenciais consequências.
Tendo por base o período que atravessamos, contudo, um estudo lembra que a pandemia da Covid-19 poderá ser apenas a ponta de um 'iceberg' de doenças ainda mais perigosas que resistem no mundo natural e que, pela exploração que fazemos dos recursos do planeta, poderão infetar-nos no futuro.
"Existe uma única espécie responsável pela pandemia do Covid-19: nós. As pandemias recentes são uma consequência direta da atividade humana, particularmente dos sistemas financeiros e económicos globais que valorizam o crescimento econômico a qualquer custo", começa por referir o estudo publicado no site de política científica IPBES (Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas).
O mesmo estudo refere que existem 1,7 milhões de vírus que poderão ser responsáveis por novas pandemias que, alertam os cientistas, deverão ser ainda mais mortíferas do que a Covid-19.
"Qualquer um desses [animais] pode ser portador da próxima 'Doença X', vírus potencialmente ainda mais perturbador e letal que a COVID-19", alertam.
"Desmatamento desenfreado, expansão descontrolada e intensiva da agricultura, exploração mineira e desenvolvimento de infraestruturas, bem como a exploração de espécies selvagens, criaram uma 'tempestade perfeita' para o surgimento de doenças", explica o mesmo estudo, para dar eco, por fim, a um sério alerta.
"As pandemias futuras provavelmente ocorrerão com mais frequência, disseminar-se-ão mais rapidamente, terão maior impacto económico e matarão mais pessoas se não tomarmos muito cuidado com os possíveis impactos das escolhas que fazemos hoje", termina o relatório.
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