Vítimas da Covid-19 enchem valas comuns em Manaus: "Atirados como cães"
Arthur Virgílio, prefeito de Manaus, avisa que a cidade está "muito além" do estado de emergência.
© Reuters
Mundo Brasil
A pandemia do novo coronavírus está a provocar um verdadeiro drama em Manaus, cidade do estado brasileiro do Amazonas com pouco mais de dois milhões de habitantes, onde se estima que a Covid-19 esteja a matar mais de 100 pessoas por dia.
Ao passo que, em tempos ditos 'normais', a localidade enterrava cerca de 30 pessoas por dia, esse número tem vindo a aumentar drasticamente ao longo das últimas semanas. Só no passado domingo, este número ascendeu a 140.
O jornal britânico The Guardian visitou a região e deparou-se com um cenário dantesco, onde as valas comuns destinadas às vítimas da SARS-CoV-2 têm vindo a encher-se de corpos a um ritmo cada vez mais preocupante.
Gilson de Freitas, de 30 anos, viu a mãe, Rosemeire Rodrigues Silva, que contraiu a Covid-19 após ser internada no hospital devido a um AVC, ser enterrada numa destas valas na passada terça-feira, e não escondeu o desespero.
"É loucura, é pura loucura (...). Eles foram simplesmente atirados para lá como se fossem cães. O que é que as nossas vidas valem agora? Nada", lamentou o homem natural de Manaus, uma cidade na qual as agências funerárias já avisaram que ficarão sem caixões de madeira no final da semana.
O prefeito da localidade, Arthur Virgílio, já pediu, inclusive, ajuda à comunidade internacional: "Nós não estamos em estado de emergência. Estamos já muito além disso. Estamos em estado de puro desastre... É como se fosse um país em guerra, e tivesse perdido".
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