Presidente do Brasil nomeia delegado para comandar a Polícia Federal

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, nomeou hoje o delegado Rolando Alexandre de Souza para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal do país, refere um decreto publicado numa edição extra do Diário Oficial da União.

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Lusa
04/05/2020 15:07 ‧ 04/05/2020 por Lusa

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É a segunda nomeação para o mesmo cargo realizada pelo chefe de Estado brasileiro em pouco menos de uma semana.

Na semana passada, Jair Bolsonaro escolheu o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, para ocupar o cargo, mas a nomeação foi impedida por decisão de um juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu indícios de desvio de finalidade na nomeação e atendeu um pedido judicial do Partido Democrático Trabalhista para travar a tomada de posse.

Rolando Alexandre de Souza é delegado da Polícia Federal há 15 anos e ocupou o cargo de superintendente da instituição no estado brasileiro de Alagoas, localizado na região nordeste do país, entre 2018 e 2019.

O novo chefe da Polícia Federal também ocupou a chefia do Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos em Brasília e trabalhava atualmente na Abin, como secretário de planeamento e gestão.

Os 'media' brasileiros informam que Rolando Alexandre de Souza é considerado como "braço direito" de Alexandre Ramagem dentro da Abin, portanto, a sua nomeação seria a alternativa escolhida por Bolsonaro para manter a influência de Ramagem, que é próximo da família do Presidente brasileiro, dentro da Polícia Federal.

A troca de comando acontece no meio de um escândalo de tentativa de interferência polícia neste órgão federal, que envolve o Presidente brasileiro.

No final de abril, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, declarou publicamente que Jair Bolsonaro demitiu o antigo chefe da Polícia Federal Maurício Valeixo para interferir em investigações realizadas pela corporação.

Após ter lançado estas acusações contra Jair Bolsonaro, Moro anunciou que iria remeter ao Presidente a sua carta de demissão.

A suspeita levantada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública alega que o chefe de Estado tentou interferir na Polícia Federal para obter informações sobre investigações sigilosas em inquéritos que envolvem os seus filhos e aliados próximos.

Bolsonaro negou que tenha praticado qualquer interferência política naquele órgão e acusou o ex-ministro de o pressionar para ocupar uma cadeira de juiz no STF, que ficará vaga em novembro.

As declarações de Moro levaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedir uma investigação para apurar as denúncias, já autorizada pelo STF.

No sábado, Moro prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Curitiba, no sul do país, e reiterou as acusações feitas contra o chefe de Estado brasileiro.

Jair Bolsonaro, por sua vez, escreveu em mensagens publicadas nas redes sociais que Moro atuou como um "judas" e traiu o Governo.

Bolsonaro saiu hoje do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, com uma cópia de um diálogo na aplicação WhatsApp alegadamente mantido entre ele e Moro no qual existe a sugestão de que a troca de comando na Polícia Federal era resultado da vontade do Presidente de interferir e obter informações de investigações sigilosas da Polícia Federal.

Com o diálogo impresso numa folha de papel, Jair Bolsonaro disse a seus apoiantes, que todos os dias o aguardam na porta do Alvorada, que a acusação de Moro contra si era uma fofoca (bisbilhotice).

 

 

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