Índia inicia operação para repatriar centenas de milhares de cidadãos
A Índia deu hoje início a uma grande operação para repatriar centenas de milhares de indianos presos no estrangeiro desde março, devido às restrições globais de viagens, e que envolve navios militares e voos especiais.
© reuters
Mundo Covid-19
Sujeita a um rigoroso confinamento nacional desde o final de março para combater a pandemia de coronavírus, a Índia proibiu a entrada de voos internacionais no seu território, deixando muitos trabalhadores e estudantes que vivem fora do país sem possibilidade de voltarem para casa.
Para levar os cidadãos de volta à Índia, um navio militar está a caminho dos Emirados Árabes Unidos, onde vive uma comunidade indiana de 3,3 milhões de pessoas - quase um terço da população deste país do Golfo - e outros dois estão a viajar para as Maldivas, disse hoje um porta-voz do exército.
De acordo com um comunicado das autoridades indianas, a operação começará na quinta-feira com base em listas de "cidadãos indianos em perigo" elaboradas pelas várias embaixadas do país.
O Governo de Narendra Modi não adiantou, no entanto, quantas pessoas planeia levar de volta à Índia.
Só o consulado indiano no Dubai recebeu 200.000 pedidos de repatriamento, tendo apelado, na rede social Twitter, aos indianos que ali vivem para terem "paciência e cooperarem".
Os países produtores de petróleo do Golfo dependem fortemente de mão-de-obra estrangeira barata, geralmente originária do subcontinente indiano.
Mas a covid-19 e as restrições impostas em todos os setores deixaram muitos desses trabalhadores doentes ou desempregados, alguns sem qualquer remuneração e muitos à mercê de empregadores sem escrúpulos.
Os Emirados Árabes Unidos instaram os governos asiáticos a irem buscar os seus cidadãos e quase 23 mil já tinham saído do país árabe em 20 de abril.
Nova Deli recusou-se, no entanto, até agora, a recolher os seus cidadãos devido ao pesadelo logístico que implica repatriar e colocar em quarentena centenas de milhares de pessoas.
A Índia retirou cerca de 2.500 dos seus cidadãos da China, Japão, Irão e Itália antes de proibir todos os voos internacionais e domésticos.
Desde que foi detetada na China, em dezembro passado, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 250 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP. Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (68.689) e mais casos de infeção confirmados (quase 1,2 milhões).
Seguem-se Itália (29.079 mortos, quase 212 mil casos), Reino Unido (28.734 mortos, mais de 190 mil casos), Espanha (25.428 mortos, mais de 218 mil casos) e França (25.201 mortos, mais de 169 mil casos).
Por regiões, a Europa soma cerca de 145 mil mortos (mais de 1,5 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 72 mil mortos (mais de 1,2 milhões de casos), América Latina e Caribe quase 14 mil mortos (mais de 261 mil casos), Ásia mais de 9.200 mortos (mais de 246 mil casos), Médio Oriente cerca de 7.000 mortos (mais de 186 mil casos), África mais de 1.800 mortos (mais de 44 mil casos) e Oceânia 123 mortos (mais de 8.100 casos).
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