Cabo Verde inicia segunda-feira "nova normalidade" e ligações interilhas

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje a retoma, na segunda-feira, dos transportes marítimos de passageiros entre as sete ilhas sem casos de covid-19, começando o país a entrar numa "nova normalidade".

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Lusa
08/05/2020 13:05 ‧ 08/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"Estando já sete ilhas fora do estado de emergência e considerando a sua situação epidemiológica face à covid-19, o Governo decidiu autorizar, a partir do dia 11 de maio, próxima segunda-feira, a retoma das ligações marítimas interilhas para o transporte de passageiros, com exceção das que têm origem e destino em Santiago e em Boa Vista", anunciou o primeiro-ministro, numa mensagem ao país.

Essas ligações, acrescentou, "ficam sujeitas ao cumprimento de normas de proteção sanitária" -- que serão divulgadas durante o dia de hoje - por parte da tripulação, prestadores de serviços portuários e passageiros.

"Com a retoma das ligações marítimas interilhas para o transporte de passageiros, nas condições que protejam as pessoas e a atividade económica, procedemos de forma progressiva à entrada numa nova normalidade, que passa a ser muito mais exigente em termos de segurança sanitária, para o bem da saúde das pessoas e para o bem da economia do país", enfatizou o primeiro-ministro.

"São novas regras que vão perdurar no tempo e que vão permitir conviver com o vírus, em condições de risco cada vez mais reduzidas", disse ainda.

A empresa CV Interilhas, liderada pela portuguesa Transinsular, assume desde agosto a concessão dos transportes marítimos de passageiros e carga em Cabo Verde. Contudo, como forma de conter a transmissão da pandemia de covid-19, desde que foi declarado o primeiro período de estado de emergência em Cabo Verde, que entrou em vigor em 29 de março, que todas as ligações interilhas de passageiros (marítimas e aéreas) foram suspensas.

Atualmente está em vigor o terceiro período de estado de emergência, até às 24:00 do dia 14 de maio, mas apenas nas ilhas de Santiago e Boa Vista, as únicas com casos de covid-19 ativos em todo o arquipélago.

"A decisão sobre a retoma das ligações marítimas para o transporte de passageiros, que envolvam as ilhas de Santiago e da Boa Vista, será tomada após o término do estado de emergência, que vigora nessas ilhas, como é sabido, e de acordo com a sua situação epidemiológica", acrescentou Ulisses Correia e Silva na mensagem de hoje.

Já sobre as ligações aéreas interilhas, asseguradas pela companhia Transportes Interilhas de Cabo Verde (ex-Binter CV), também suspensas desde 29 de março, e sobre os voos internacionais, cancelados desde 19 de março, para travar a pandemia, o primeiro-ministro não se comprometeu com datas para a retoma.

"O Governo terá uma posição sobre a reabertura das atividades e sobre as condições e as novas regras de proteção sanitária, após as diretivas da ICAO [Organização Internacional da Aviação Civil] e da IATA [Associação Internacional de Transporte Aéreo], previstas para este mês de maio", disse ainda.

Cabo Verde regista 218 casos acumulados de covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (159), Boa Vista (56) e São Vicente (03, todos recuperados). No total, 38 pessoas já foram consideradas recuperadas pelas autoridades de saúde.

Em todo o país, duas pessoas acabaram por morrer, na Praia e na Boa Vista, e dois turistas estrangeiros, também infetados, regressaram aos países de origem, totalizando por isso 176 casos ativos em Cabo Verde.

A Praia, com novos casos diários da doença, que totalizam já 156 diagnosticados desde março em 25 bairros da cidade, é o principal foco de preocupação das autoridades, por estar em situação de transmissão comunitária da covid-19.

As ilhas de Santiago e da Boa Vista, por concentrarem os casos de covid-19 em Cabo Verde (os três casos de São Vicente já foram dados como recuperados), são as únicas que permanecem em estado de emergência, até às 24:00 de 14 de maio.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

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