A iniciativa foi lançada no início do Ramadão, no final de abril, numa altura em que milhares de lares perderam as respetivas fontes de rendimento na sequência do confinamento decretado a 22 de março para lutar contra a propagação da covid-19.
Em cooperação com o ministério da Mulher, a ONG 'Banco Alimentar Sustentável' selecionou 300 famílias que vivem nos bairros pobres de Tunes para beneficiar de cupões, enviados por SMS.
Cada uma das famílias recebe um código que lhes permite adquirir bens no valor entre 40 a 60 dinares (20 a 30 euros) semanais em mercearias locais, desde que tenham a aplicação 'Viamobile'.
"Com o Ramadão e o confinamento não posso sair, nem trabalhar. Não posso fazer limpezas para poder alimentar os meus sete filhos", afirmou Messaouda Raouafi, de 49 anos, citada pela agência France Press, que por intermédio destes cupões conseguiu adquirir óleo, leite, café e farinha.
Graças a esta iniciativa, as mercearias estão a deixar de ter necessidade de pedir crédito e a conseguir ter equilíbrio financeiro.
Esta ONG quer ainda incentivar as famílias a criar pequenas hortas em casa e cozer pão. Bens para serem também vendidos posteriormente.
Com cerca de dois dos 11,5 milhões de tunisinos a necessitar de assistência durante o confinamento, o governo subsidiou estas famílias com uma ajuda excecional de 200 dinares (80 euros).
A 04 de maio as medidas de confinamento começaram a ser levantadas, tendo a Tunísia registado cerca de mil infetados, dos quais 45 acabaram por falecer.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 274 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.126 pessoas das 27.406 confirmadas como infetadas, e há 2.499 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.